Economia

Bancos encerram silêncio e oferecem aumento de 7,1% aos empregados

Proposta é equivalente a aumento real de 1%; bancários já sinalizam que não aceitarão a proposta

SÃO PAULO — Depois de 16 dias de greve dos bancários, as instituições financeiras fizeram sua segunda proposta à categoria, agora de 7,1% contra os 6,1% oferecidos no dia 5 do mês passado, informou a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Os sindicatos dos trabalhadores reivindicam 11,93% de reajuste. De acordo com o presidente da Contraf-Cut, Carlos Cordeiro, o Comando Nacional dos Bancários já informou à Fenaban que “a proposta é insuficiente” e que “a greve vai continuar”.

— Estamos reunidos agora avaliando o que nos ofereceram, mas dificilmente alguém vai defender essa proposta. Ao final desta nossa reunião já vamos distribuir orientação aos sindicatos para que neguem a proposta e a greve vai continuar — afirmou Cordeiro ao GLOBO.

Pela proposta dos bancos, o piso salarial para os caixas das agências chegará a R$ 2.209,01 para jornadas de seis horas. Os empregados pediam que com o reajuste o piso chegasse a R$ 2.860,21, que é o salário mínimo do Dieese.

O pleito de aumento na Participação de Lucros de Resultados (PLR) para o equivalente a três salários mais R$ 5,5 mil não foi contemplada. De acordo com a Fenaban, “será mantida a mesma fórmula de participação nos lucros, com correção dos valores fixos e de tetos em 10%”.

Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, lembrou os “robustos lucros dos bancos” registrados ano após ano. Para ela, “um setor que lucra tanto pode dar” o que a categoria está pedindo.

Também estão previstas na proposta da Fenaban o reajuste do auxílio refeição, que sobe para R$ 22,98 por dia; a cesta alimentação passa para R$ 394,04 por mês, além da 13ª cesta neste mesmo valor, e auxílio-creche mensal de R$ 327,95 por filho até 6 anos.