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Joinville mostra cara de Série A e dá “passo” na 1ª vitória, aponta Adilson

Ao bater o Goiás com uma virada por 2 a 1, JEC alcança o primeiro triunfo no Campeonato Brasileiro e mostra que pode atuar em “nível” e iniciar a reação

Por Joinville, SC


A voz estava um pouco castigada, o semblante era de cansado. Adilson Batista parecia ter jogado pelo Joinville, mas é que o 2 a 1 sobre o Goiás foi suado. O JEC teve que superar uma expulsão, o início em desvantagem e, sobretudo, uma enorme pressão. A primeira vitória foi alcançada, e por isso o treinador sorriu quando se acomodou na cadeira atrás da bancada na sala de imprensa da Arena Joinville. 

 



Foi um “passo” e uma demonstração de que a equipe pode reagir no Campeonato Brasileiro, porque deu sinais de que está dentro dela, não apenas pelo nome na 19ª colocação na classificação do torneio

- Tem que entender que a Série A é diferente, o nível é outro, a qualidade e a exigência são outras. Fizemos os jogadores entenderem que é assim. Não vou julgar o que ocorreu antes, mas temos que produzir de acordo com competição que estamos jogando. O nível precisa ser acompanhado de grandes jogos. Foi um passo que demos, mas tem muita dificuldade ainda. Na próxima rodada vamos enfrentar melhor time do Brasil (Atlético-MG, no próximo domingo), um time comandado pelo Levir (Culpi) e que tem jogado um futebol no nível similar ao da Europa – disse o treinador.

Após o triunfo, Adilson foi para Curitiba, passar as próximas horas com a família e aproveitar a folga. O Joinville se reapresenta na manhã de terça-feira para se preparar ao confronto ante o Galo, às 11h de domingo, no Mineirão.

Confira os principais pontos da entrevista coletiva

Adilson Batista Joinville (Foto: José Carlos Fornér/JEC)Adilson Batista falou sobre a primeira vitória tricolor (Foto: José Carlos Fornér/JEC)

Avaliação

- Teve entrega, dedicação, espírito de grupo. Vi dificuldade pelo posicionamento, eles mudaram o jeito de jogar, abriram e ofereceram mais dificuldade. Tive que consertar o posicionamento no jogo. Mesmo com um primeiro tempo que não foi bom, criamos situações de matar o jogo, eles também, em jogadas contra-ataque, e fizeram um. Quando nos arrumamos, mesma com três zagueiros, teve a expulsão (aos 12 do segundo tempo, de Diego). O segundo tempo começou mais controlado, aí teve o cartão vermelho e a superação, a dedicação e a entrega. Coloquei o Popp preocupado por ele ter ficado de fora em treinos das semana por causa da garganta, tinha o Lucas (Crispim), que pediu para sair por cansaço, e o Douglas (Silva) que não vinham jogando. A gente se fechou e ainda teve situação de fazer o terceiro gol. Eles alçavam bolas e nós neutralizamos as boas jogadas deles. A expulsão do nosso jogador contribuiu para o sufoco, o torcedor tem direito de questionar e vaiar. Eu tenho que entender o jogo e fazer o que é melhor para o momento. 

Gol sofrido

- Foi um erro, Na verdade foram dois, na cobrança de lateral e no contra-ataque não precisa ir dar o combate, pode esperar ou reduzir o espaço. Facilitamos no gol deles. E ainda vamos ter três baixas no próximo jogo (Mario Sérgio e Anselmo suspensos por acúmulo de cartão amarelo e Diego pelo vermelho). Não tínhamos outros laterais também, o Sueliton com um probleminha na garganta (amidalite) e o Héracles com um problema que vai deixar ele dois meses fora (lesão no tornozelo esquerdo). Levei o Donato pensando na dificuldade de chuva, bola parada, para colocar três zagueiros.

Do 4-2-3-1 para 3-5-2

- Várias vezes o Crispim e o lateral enfrentaram o lateral deles. Foram bem no sentido  de melhor proteção. Depois eu eliminei o contra-ataque deles, com o Anselmo no meio e trouxe os laterais para perto dos meias para ficarem no dois contra um. 

Adilson Batista Joinville (Foto: João Lucas Cardoso)Adilson Batista após o trunfo (Foto: João Lucas Cardoso)

Confiança

Tivemos dificuldades pela troca de posicionamento, problemas na compreensão da leitura de jogo. No segundo tempo estávamos tranquilos e encaixados, é a leitura que faço. Aqui tá todo mundo com confiança, querendo reverter a situação. Vejo entrega, o bom ambiente de trabalho, percebo a entrega que cobro por melhora. 

Torcida

- A torcida ajudou, cobrou arbitragem, tem que enaltecer o torcedor. Teve participação em momento que precisava de incentivo, com os jogadores sentido o desgaste. E não vencemos por vencer. 

Lucas Crispim Joinville (Foto: José Carlos Fornér/JEC)Lucas Crispim fez sua estreia e foi elogiado (Foto: José Carlos Fornér/JEC)

Superação

- Entrega tem que ter, independente do jogo. E não vencemos só em função disso. No segundo tempo fomos bem melhor que adversário, tivemos dificuldades. Foram quatro oportunidades para matar o jogo. Teve entrega, mas não vou valorizar apenas a entrega. 

Próximo jogo

- O primeiro processo que a gente trabalha é pós-jogo, enaltecer as coisas boas e corrigir o que teve dificuldade. Não posso jogar com três zagueiros contra o Atlético-MG, três para marcar o Pratto e eu ficar na roda? Tenho que prensar, trabalho é pensado sempre. 

Folga

- Vou para casa, descansar um pouco, ver a família. Na terça começa pensar o Atlético-MG, tem o jogo-treino contra o Operário-PR, do Itamar (Schülle). Vou subir (a serra, de Joinville a Curitiba) pensando no Atlético-MG e na ausência dos três jogadores (os laterais Mario Sérgio e Diego e o volante Anselmo).