Uma pesquisa feita no Rio Grande do Sul mapeou o perfil dos idosos que moram na zona rural. Muitos vivem com o dinheiro da aposentadoria e gostariam de ter mais opções de lazer.
Depois de uma vida inteira dedicada ao trabalho no campo, o casal Vicente Testa Tardette, de 73 anos, e Elferina, de 69, apenas acompanha o crescimento dos legumes na horta.
A lida na terra foi deixada de lado depois que uma das filhas assumiu a propriedade, em Cruz Alta, no noroeste gaúcho. Vicente, que sempre viveu no campo, diz que nem pensa em deixar o interior.
Assim como ele, a maioria dos idosos que ainda vive no meio rural tem a mesma vontade. A aposentadoria de um a cinco salários mínimos muitas vezes é o que mantém a renda da família e as mulheres são maioria.
As informações foram reveladas por uma pesquisa feita pela Universidade de Cruz Alta, em parceria com a Emater, que buscou conhecer como vive o idoso no meio rural.
Durante um ano, os pesquisadores acompanharam a rotina de 123 idosos. Entre os principais desafios encontrados pelos idosos estão o acesso à saúde, lazer e a sucessão nas propriedades.
Quase nenhum entrevistado possui plano de saúde. Cada vez que Elferina precisa de remédios e tratamento para o diabetes, por exemplo, ela percorre mais de 30 quilômetros até a cidade. O trajeto é todo em estrada de terra e depois de tanto tempo de trabalho duro, o maior desejo deles é a tranquilidade.
Vicente vai além e revela um dos apontamentos da pesquisa: os idosos no meio rural querem mais é se divertir. “Se tivesse uma atividade para os idosos ia ser bem melhor. Tem que ter alegria porque uma hora a tristeza chega", diz.
As informações levantadas pela pesquisa serão usadas pela equipe do Conselho do Idoso para tentar implementar mudanças na zona rural.