Vocação: Kauanna Ferreira se dedica a levar leitura e educação às crianças da Vila das Torres(Foto: Reprodução/ RPC TV)
No Dia Internacional da Mulher, a RPC TV está apresentando a história de mulheres desbravadoras que, com força e determinação, venceram barreiras e são verdadeiros exemplos da força feminina para fazer a diferença na sociedade.
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A estudante universitária Kauanna Ferreira tem apenas 22 anos, mas já tem uma "carreira" longa como voluntária. E essa história começou ainda mais cedo, quando Kauanna ainda era uma adolescente. Foi aos 16 anos que ela teve a ideia de criar uma biblioteca comunitária na Vila das Torres, com livros encontrados no lixo.
"Eu fazia parte de um grupo de pessoas que estavam atuando para ajudar a comunidade e decidimos montar a biblioteca, porque vimos que faltava incentivo à leitura. Alguns adolescentes não sabiam nem ler. Pedimos a ajuda dos 'carrinheiros' [catadores de lixo reciclável], que doaram os livros que eram jogados no lixo e começamos a reunir as crianças para ler", conta.
Apaixonada por crianças, Kauanna sempre gostou de brincar e passar tempo ao lado dos pequeninos, mas confessa que ficou um pouco assustada quando viu a quantidade de meninos e meninas crescer. "Eu tinha só 16 anos e estava cuidando sozinha de mais de 30 crianças. Era muita responsabilidade", afirma. Ao ver tamanho interesse das pessoas pelo projeto da biblioteca, Kauanna percebeu que poderia fazer muito mais e sugeriu criar uma ong para ajudar a comunidade do bairro. Foi assim que surgiu a ODPH: Organização de Desenvolvimento do Potencial Humano, ou simplesmente, a Casa de Apoio, na qual ela atua até hoje.
O principal objetivo da ong é oferecer atividades educativas para crianças e adolescentes, mas, Kauanna explica que a Casa de Apoio se tornou uma referência também para as famílias. "Quando as pessoas precisam de qualquer tipo de ajuda, elas nos procuram. É gratificante ser uma representante da comunidade e poder ajudar tanto", comemora.
Prestes a ser formar em jornalismo, Kauanna faz planos para usar a nova profissão no trabalho que ela considera como a grande missão que tem na vida. "Quero me especializar em fotojornalismo e usar a fotografia como ferramenta para mostrar a nossa realidade. Já tenho feito vários fotodocumentários com esse tema e a minha monografia vai tratar do fotojornalismo como elo para os direitos humanos", revela.
A inspiração para tanta dedicação e atuação em favor do próximo? "Minha mãe é minha maior inspiração porque ela sempre se preocupou com o bem-estar das pessoas e ajudava mesmo quando não tinha como ajudar. Isso vem da minha avó também, acho que eu só estou dando continuidade a um legado que a minha família começou", conclui.
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