06/10/2013 11h30 - Atualizado em 06/10/2013 11h30

Sem acordo, bancários mantêm 70% das agências fechadas em Ribeirão

Fenaban ofereceu reajuste salarial de 7,1%, mas categoria quer 11,93%.
Adesão cresceu em cidades da região na última semana, diz Sindicato.

Eduardo GuidiniDo G1 Ribeirão e Franca

Agências bancárias no Centro de Ribeirão Preto estão sem funcionamento desde quinta-feira (19) (Foto: Adriano Oliveira/G1)Agências bancárias no Centro de Ribeirão devem permanecer fechadas nesta segunda-feira (7)
(Foto: Adriano Oliveira/G1)

A greve dos bancários em Ribeirão Preto (SP) vai completar 19 dias nesta segunda-feira (7) e continuará por tempo indeterminado. Em apoio à decisão do Comando Nacional dos Bancários, os profissionais da cidade também rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 7,1% feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na tarde da última sexta-feira (4) e seguirão parados nesta segunda-feira (6). Segundo o Sindicato dos Bancários, 70% das agências de Ribeirão permanecem fechadas.

Em greve desde o dia 19 de setembro, os bancários reivindicam reajuste salarial de 11,93%, sendo 5% de aumento real, mais a inflação do período. Os bancários exigem ainda Participação nos Lucros e Resultado (PLR) de três salários, mais R$ 5.553,15 e piso de R$ 2.860.

A Fenaban ofereceu reajuste salarial de 7,1%, mantendo a mesma fórmula de PLR, com correção dos valores fixos e de tetos em 10%. "Dependendo do lucro do banco, por exemplo, a PLR de um caixa pode chegar a 3,5 salários", diz nota enviada pela entidade.

Adesão
A secretária geral do Sindicato, Maria Bartira Lemasson, afirma que 1,5 mil trabalhadores estão parados na cidade - 130 agências estão fechadas. Apesar de o sindicato não ter conseguido estender a adesão dos profissionais em Ribeirão, Maria Bartira disse que os sindicalistas conseguiram ampliar a paralisação em cidades da região.

"Em Ribeirão, a situação está semelhante ao início da semana passada, a adesão é a mesma. Conseguimos mais apoio nas cidades da região. Cerca de 200 agências estão fechadas em 25 das cidades que o sindicato toma conta", comentou.

A secretária geral do Sindicato afirmou ainda que as negociações continua sendo realizadas inclusive aos finais de semana. Segundo Maria Bartir, as chances de a greve terminar nos próximos dias é maior devido à aproximação do quinto dia útil do mês, quando a maioria dos clientes procuram pelos serviços bancários.

"No início do mês temos aquela pressão por ser data de pagamento, quinto dia útil, quando as pessoas vão pagar as contas no banco. Então a negociação anda mais rápido nessa época. No ano passado, tivemos 24 dias de greve. Este ano, vamos chegar ao vigésimo dia ainda", explicou.

Sindicalistas permanecem em frente às agências para impedir entrada de trabalhadores (Foto: Adriano Oliveira/G1)Sindicalistas permanecem em frente às agências
para impedir a entrada de funcionários (Foto:
Adriano Oliveira/G1)

Greve geral
Os bancários entraram em greve em Ribeirão Preto no dia 19 de setembro, em adesão à paralisação nacional da categoria. Em uma hora, segundo o sindicato, 130 agências no Centro, no bairro Vila Tibério e na Avenida Nove de Julho foram fechadas. Os reflexos da greve começaram a ser sentidos um dia depois, quando as casas loterias amanheceram lotadas de clientes em busca de serviços bancários, como depósitos e pagamento de contas.

O movimento se manteve por uma semana, quando perdeu força: 40% das agências abriram as portas e o número de trabalhadores parados caiu de 1,5 mil para 1,3 mil no dia 25 de setembro. Na época, Maria Bartira alegou que alguns trabalhadores teriam sido intimidados pelas gerências a voltarem ao trabalho. A greve voltou a ganhar força no fim da mesma semana.

Fenaban
Em nota, A Fenaban explicou que o piso salarial da categoria subiu mais de 75% nos últimos sete anos e que os salários foram reajustados em 58%, ante uma inflação de 42% calculada pelo Instituto Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Pela nova proposta, "entre outros benefícios, estão previstos reajuste do auxílio-refeição, que sobe para R$ 22,98 por dia; a cesta alimentação passa para R$ 394,04 por mês, além da 13ª cesta neste mesmo valor, e auxílio-creche mensal de R$ 327,95 por filho até 6 anos", diz nota enviada pela Fenaban.

Grupo foi aplaudido por sindicalistas bancários que também estão em greve em Ribeirão Preto (Foto: Eduardo Guidini/G1)Bancários recebem apoio dos carteiros, que também estão em greve em Ribeirão (Foto: Eduardo Guidini/G1)
veja também
Shopping
    busca de produtoscompare preços de