Nove pessoas foram presas nesta quarta-feira (11) por suspeita de falsificar e vender produtos agrícolas na região de São Joaquim da Barra (SP). Um laboratório clandestino, onde as substâncias eram preparadas, foi descoberto na cidade e outros quatro em Miguelópolis (SP). Um depósito ilegal também foi localizado em Ipuã (SP). Batizada de "Lavoisier", a operação da Polícia Civil investigava a quadrilha há cinco meses. Os suspeitos responderão por associação crimonosa e por transporte, comércio e depósito de produtos adulterados.
O delegado Vinícius Alexandre Marini, responsável pelo caso, explicou que o bando falsificava o conteúdo e a embalagem para que parecessem produtos de marcas conhecidas. Máquinas de mistura, produtos químicos e embalagens vazias também foram apreendidos. “Eles compravam o produto original e adulteravam. Os produtos originais eram utilizados como base para a produção de outros, falsificados. Eles fabricavam as embalagens, rótulos, selos, lacres e notas fiscais."
De acordo com Marini, os criminosos acrescentavam água, solventes químicos e até gesso na fórmula original dos produtos. As misturas eram feitas em batedeiras e liquidificadores, inclusive de uso doméstico. As vendas dos agrotóxicos, segundo o delegado, eram feitas em toda a região de Ribeirão Preto (SP) e nos estados de Goiás e Minas Gerais.
"Todas as vendas que eles faziam eram abaixo do preço de mercado. Porém, identificamos alguns negócios em que eles até tomavam cuidado de não fazer um preço muito abaixo do mercado, justamente para o produtor não desconfiar de que se tratava de produto falsificado", afirma.
Os presos foram encaminhados para a Cadeia Feminina e o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Franca (SP). Outros seis suspeitos ainda estão sendo procurados. “Será feito um pedido de prisão preventiva aos que não foram encontrados”, afirma Marini.