13/11/2013 12h39 - Atualizado em 13/11/2013 13h10

Depois de cinco meses, dólares voltam a entrar no país em novembro

No acumulado no mês, até o dia 8, US$ 2,57 bilhões ingressaram no Brasil.
Na parcial de 2013, porém, ainda há mais saída do que ingresso de valores.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

Depois de cinco meses de retirada de dólares da economia brasileira, os recursos voltaram a fluir para a economia brasileira no começo de novembro, segundo informações do Banco Central divulgados nesta quarta-feira (13).

De acordo com a autoridade monetária, o ingresso de divisas na economia brasileira superou a retirada de recursos no valor de US$ 2,57 bilhões na parcial deste mês, até a última sexta-feira (8).

Em novembro, está previsto o pagamento do bônus do campo de Libra, cujo leilão e foi vencido pelo consórcio formado pelas empresas Petrobras, Shell, Total, CNPC e CNOOC. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a expectativa de ingresso de dólares no país, por conta desta operação, é de US$ 4 bilhões.

Últimos meses
Nos últimos cinco meses, entre junho e outubro deste ano, US$ 18,12 bilhões foram retirados da economia brasileira. No mês passado, a saída de valores somou US$ 6,2 bilhões, a maior saída mensal de 2013.

Acumulado do ano
Mesmo com a entrada de dólares registrada no começo deste mês, o saldo parcial de 2013 ainda está deficitário em dólares. Desde o início deste ano, até 8 de novembro, US$ 3,44 bilhões deixaram o Brasil.

Em igual período do ano passado, foi registrado um ingresso de US$ 20,93 bilhões no país. Com isso, o fluxo cambial teve uma reversão de US$ 24,37 bilhões no acumulado de 2013.

A saída de dólares do Brasil neste ano teria sido maior, segundo operadores, se não fosse a captação da Petrobras no mercado externo de US$ 11 bilhões feita em maio. Não há informação exata, porém, sobre quanto desta operação foi, de fato, internalizado no país.

Se confirmado o saldo negativo de dólares para todo este ano, será o primeiro desde 2008 (quando o valor ficou negativo em US$ 983 milhões), no auge da crise financeira internacional que abalou os mercados e minou a confiança de investidores.

Impacto na cotação do dólar
A entrada de recursos no país, que foi registrada no começo de novembro, favoreceria, em tese, a queda do dólar. Isso porque, com mais moeda norte-americana no mercado, seu preço tenderia a ficar menor.

Entretanto, recentemente vem sendo registrada alta na cotação da moeda norte-americana. No fim de outubro, o dólar estava cotado em R$ 2,23. Nesta quarta-feira, por volta das 12h40, já estava em R$ 2,32.

A alta do dólar em novembro, de acordo com economistas, pode estar relacionada com a rolagem rolagem da posição de “swaps cambiais” (contratos no mercado futuro de dólar, que acabam gerando repercussões no mercado à vista) que vencem em 2 de dezembro próximo no montante de US$ 10,11 bilhões.

Analistas avaliam que a postura do BC de rolagem gradual tem gerado incertezas no mercado de câmbio - causando volatilidade na taxa de câmbio.

"A não rolagem total [do vencimento] poderá fazer ressurgir a demanda no mercado futuro pressionando a taxa cambial, que então contaminará a taxa do mercado à vista que já está sob pressão de demanda efetiva de dólares “spot”, acelerando a alta, tornando-a mais intensa", avaliou Sidnei Nehme, da NGO Corretora.

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