A queda do real perante ao dólar não diminuiu a entrada de importados no mercado brasileiro, segundo aponta estudo divulgado nesta quinta-feira (21) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O coeficiente de Importação fechou o 3º trimestre em 24,7%, valor ligeiramente abaixo do registrado no trimestre anterior 24,8%. No entanto, na comparação com os mesmos três meses do ano passado, o indicador manteve a trajetória de expansão, com um acréscimo de 2,44 pontos percentuais.
Dos 33 setores analisados, 19 registraram aumento do coeficiente de Importação no terceiro trimestre. O setor produtos farmacêuticos foi o destaque de maior alta (9,2 p.p.), seguido pelos setores de equipamentos de instrumentação médico-hospitalar (3,4 p.p.) e produtos de metal ( 3,1 p.p.).
O coeficiente de exportação, por sua vez, passou de 21% no trimestre anterior para 20,5%. De acordo com a Fiesp, parte dessa redução marginal pode ser atribuída à acomodação da indústria, após o forte desempenho do setor no segundo trimestre deste ano.
"Entre os meses de julho e setembro, a demanda doméstica cresceu 4,1%, porém, deste montante, apenas 17,6% foi absorvido por produtos nacionais. A grande fatia, de 82,4%, foi dominada por produtos fabricados fora das fronteiras brasileiras", destaca a pesquisa, citando que no período o dólar passou de R$ 1,99 a R$ 2,33.
Segundo o diretor do Derex, Roberto Giannetti, o ganho de competitividade da moeda brasileira não ocorreu se quer em relação às moedas de outros países com os quais o Brasil possui grande volume de comércio. "China, Japão e outras nações asiáticas e sul-americanas também sofreram depreciação de suas moedas perante o dólar americano. Houve, portanto, uma desvalorização geral e no mesmo período, o que roubou a competitividade da indústria brasileira”, disse.