Mais um terreiro de umbanda é condenado à destruição em São Gonçalo

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126 Comentários

  • Arthur Veiga
    Gostei do NASCER NO BRASIL É KARMA
  • Preocupado
    Não sou espírita mas se não tivesse outra opção e me mandassem escolher entre o Kardec que li muita coisa boa, ou ser da Universal eu seria espiriyualista, acho errado a prefeita não fazer nada ou quem sabe seja ela a mandante
  • muadib
    reparaste que o teor da própria reportagem insufla as pessoas?
  • pentelho
    DERRRUBA TUDO INCLUA NESSSA AS IGREJANEGOCIO DO EDIR ASSBEIA DE DEUS E OUTRAS QUE GANHAN DINDINNN DOS BOBOES ........NINGUE E SANTO NESSSE MUNDO E NAO TEN PASTOR SANTO NEN PIOR AINDA PAI DE SANTO .......SEM CONTAR OS PODRES DA CATOLICA ..E TUDO COISA RUIM......NOSSSSSSSSSSSAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
  • DETONADOR
    ANO QUE VEM, O POVO DE SÃO GONÇALO DEVIA ESCOLHER UM PREFEITO UMBANDISTA PARA DERRUBAR ESSAS IGREJAS EVANGÉLICAS QUE COM SEU SOM ALTO PERTUBAM OS VIZINHOS E FAZEM CURA NA MENTIRA , POIS OS "PASTORES" NÃO SÃO MÉDICOS E AINDA COBRAM 10% DO SALÁRIO BRUTO DO FIEL POBRE E INFELIZ.

Mais um terreiro de umbanda é condenado à destruição em São Gonçalo

Pai Cristiano de Oxalá em frente ao centro, em São Gonçalo
Pai Cristiano de Oxalá em frente ao centro, em São Gonçalo Foto: Thiago Lontra / Extra
Clarissa Monteagudo e Hieros Vasconcelos
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Era o dia da liberdade, da abolição da escravatura e, na tradição da umbanda, da festa dos pretos velhos, entidades que simbolizam os povos do cativeiro. Mas, para Cristiano Ramos Batista, de 37 anos, herdeiro de uma das mais tradicionais famílias umbandistas de São Gonçalo, 13 de maio — e, especificamente, o de 2010 — tornou-se marco da luta contra a destruição de seu patrimônio religioso.

Nessa data, a prefeita Aparecida Panisset, evangélica, assinou um decreto desapropriando o terreno onde está, há 40 anos, o Centro Espírita Umbandista Caboclo Pena de Ouro, comandado por Cristiano. No dia seguinte, a decisão foi publicada no Diário Oficial do município.

Esta semana, outro marco da religião começou a ser posto abaixo na cidade: a casa no bairro de Neves onde, há 103 anos, foi fundada a umbanda. A demolição poderia ter sido evitada com um decreto da prefeita. Nesta quarta-feira, durante o abraço simbólico ao berço da umbanda, integrantes de religiões de matriz africana denunciaram que sofrem perseguição em São Gonçalo.

— Vivemos numa cidade na qual, há oito anos, não há um governante que respeite a diversidade religiosa do povo que o elegeu — afirma a ialorixá Mãe Márcia de Oxum.

O imóvel do Centro Caboclo Pena de Ouro será demolido para a construção de uma vila olímpica. Cristiano entrou na Justiça contra a obra:

— Queremos o direito de dar continuidade ao nosso trabalho espiritual.

O terreno do Centro Espírita Umbandista Caboclo Pena de Ouro tem 23 mil metros quadrados. Cerca de 60% da propriedade são de mata atlântica, com espécies nativas preservadas. O pai de santo, batizado na religião como Cristiano de Oxalá, conta que, no último ano, funcionários da prefeitura entraram na propriedade e começaram as obras. O religioso reclama que nunca houve diálogo apesar das várias tentativas.

— Tentamos negociar para que deixem pelo menos o espaço onde são realizados os trabalhos espirituais. Estamos lutando há um ano. Já fecharam a entrada da propriedade com tapumes, invadiram o terreno para passar manilhas. Agora, as obras estão paradas porque a verba para a vila olímpica foi bloqueada pelo Ministério dos Esportes — diz o pai de santo.

O templo nasceu há 40 anos no bairro de Sacramento. Antes, estava instalado em Niterói. A história de pai Cristiano de Oxalá tem raízes no terreiro destruído anteontem no bairro de Neves.

— Meu pai foi iniciado por Mãe Vitória, que frequentava o terreiro de Zélio de Moraes — relata, referindo-se ao fundador da religião.

Além da atuação religiosa, o Centro Espírita Caboclo Pena de Ouro distribui cestas básicas nos fins de ano e cede espaço do seu terreno para professores treinarem, gratuitamente, crianças no futebol:

— Somos aceitos por toda a comunidade. Temos apoio de todos os comerciantes locais, como de outros bairros que sempre nos prestigiaram na nossa cidade.