23/09/2013 17h03 - Atualizado em 24/09/2013 11h41

Dólar fecha em queda com dados positivos sobre a economia da China

Preocupação com estímulos dos EUA traz dúvidas e reduz preço da moeda.
Moeda norte-americana caiu 0,82%, para R$ 2,2012.

Da Reuters

O dólar fechou em queda ante o real nesta segunda-feira (23) depois que dados econômicos chineses mais fortes do que o esperado deram fôlego à maioria das moedas de economias emergentes, mas dúvidas em relação ao futuro da política monetária ultra-expansionista dos Estados Unidos mantinham investidores cautelosos.

A moeda norte-amerciana caiu 0,82%, a R$ 2,2012, depois de bater 1% de queda, chegando a R$ 2,1962 na mínima do dia. Veja cotação

No mês, o dólar já se desvalorizou 7,71% e no ano acumula valorização de 7,65%.

"O mercado, aparentemente, está seguindo o ritmo lá de fora, com a divulgação de notícias boas na China. Ela é o nosso maior parceiro comercial, o que ajuda a impulsionar o real", afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.

Mais cedo, o Índice de Gerentes de Compras (PMI) preliminar mostrou que setor industrial da China cresceu no ritmo mais rápido em seis meses em setembro, fornecendo mais evidências de uma melhora na segunda maior economia do mundo.

O dólar tem se enfraquecido ante outras moedas desde a quarta-feira passada, quando o Federal Reserve, banco central norte-americano, manteve em US$ 85 bilhões por mês o ritmo de seu programa de compra de ativos, incentivando investidores a buscar ativos mais arriscados.

O presidente do Banco Central brasileiro, Alexandre Tombini,  afirmou que a decisão do Fed não altera o rumo da política monetária brasileira, que continua sendo importante para evitar que a inflação seja contaminada pelo dólar mais alto. "A decisão do Fed surpreendeu o mercado, mas não vejo efeito disso na política monetária no Brasil", afirmou Tombini.

Estímulos do Fed
Porém novas dúvidas quanto ao início da redução dos estímulos monetários do Fed mantinham investidores cautelosos. Na sexta-feira, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, afirmou que o banco central norte-americano ainda pode reduzir seu programa de compra de títulos na reunião de outubro se os dados apontarem para uma economia mais forte.

Nesta manhã, no entanto, o presidente do Fed de Nova York, William Dudley, defendeu a continuidade do programa de estímulos, afirmando que o banco precisa proteger a economia norte-americana de diversas ameaças, particularmente as incertezas fiscais que continuam pairando no momento.

Analistas do UBS disseram "parecer improvável" que o Fed opte por retirar estímulos tão rapidamente após a decisão de deixar a política inalterada. Eles disseram que a postura do banco na semana passada vai manter o dólar fraco por um trimestre antes que a tendência de alta de longo prazo seja retomada.

"O Fed tirou a pressão do mercado com a decisão da semana passada", afirmou o economista-chefe do Banco J. Safra, Carlos Kawall. "Nossa previsão é que o dólar fique no patamar entre R$ 2,20 e R$ 2,25, com o mercado mais equilibrado e menos volátil", acrescentou.

Ainda nesta segunda-feira, o Banco Central realizou mais um leilão de swap cambial tradicional --equivalente a venda de dólares no mercado futuro-- previsto em seu cronograma de intervenções diárias. Foi vendida a oferta total de contratos ofertados com vencimento em 3 de fevereiro de 2014. O volume financeiro equivalente da operação foi de US$ 497,4 milhões.

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