Economia

Para presidente Dilma, Brasil tem cumprido sistematicamente pacto da responsabilidade fiscal

Fala da presidente é uma resposta ao FMI, que divulgou ontem avaliação da economia brasileira demonstrando preocupação acentuada com a política fiscal do país

RIO - A presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta quinta-feira, que o Brasil tem cumprido sistematicamente o pacto da responsabilidade fiscal, ao avaliar o desempenho do governo sobre os pactos propostos por ela após os protestos de junho. A fala da presidente foi uma resposta ao Fundo Monetário Internacional (FMI),  que divulgou na quarta-feira (23) avaliação anual completa da economia brasileira demonstrando preocupação acentuada com a política fiscal do país. Em entrevista a uma rádio de Minas Gerais, a presidente Dilma disse ainda que, do ponto de vista do governo, houve avanços e os pactos apresentados nas áreas de saúde, educação e mobilidade urbana também estão sendo cumpridos.

- É fundamental transformar a energia das ruas em resultados concretos e práticos. Nós fizemos cinco pactos. O primeiro foi o pacto pela responsabilidade fiscal e a estabilidade macroeconômica. O Brasil está cumprindo este pacto sistematicamente. É importante que as pessoas percebessem que qualquer dos outros pactos dependeriam do controle da inflação, da estabilidade fiscal e de grandes reservas internacionais que estabilizem o país. Isto eu asseguro que está sendo cumprido - afirmou a presidente.

No relatório, o FMI apontou a perda de competitividade, a baixa poupança doméstica, a inércia inflacionária e a relutância da equipe econômica em fazer reformas estruturais e abandonar os estímulos do pós-crise como entraves ao crescimento do Brasil.

Segundo o órgão, esses pontos são vistos como travas à retomada e reduziram em 0,75 ponto percentual o crescimento potencial do Brasil (capacidade de crescer sem gerar inflação), para 3,5%. Sem mudanças, esse patamar sequer será alcançado: entre 2014 e 2018, a média de expansão projetada pelo organismo multilateral é de 3,4%.

O embate entre o governo brasileiro e o FMI fez com que o Fundo apenas divulgasse um resumo da economia brasileira no dia 28 de agosto. O relatório foi preparado com base nas informações compiladas por uma missão do órgão esteve no país entre os dias 13 e 24 de maio. A publicação completa só ocorre com autorização do país, e o Brasil, por não estar de acordo com o tom adotado pela instituição, não a concedeu.

Compromisso após manifestações

Desde então, o governo negociava com o FMI alterações no relatório, que só recebeu aval brasileiro esta semana. As divergências estão concentradas em políticas sob responsabilidade do Ministério da Fazenda.

Ao comentar a onda de manifestações em junho do ano passado, a presidente lembrou que na ocasião o governo firmou cinco pactos, entre eles o de responsabilidade fiscal.

- O primeiro pacto foi o pacto pela responsabilidade fiscal e estabilidade macroeconômica. O Brasil está cumprindo esse pacto, sistematicamente. Colocamos esse pacto porque achávamos que era importante que as pessoas percebessem que qualquer dos outros pactos dependeriam do controle da inflação, da estabilidade fiscal e de grandes reservas internacionais que estabilizem o país. E isso eu te asseguro que está sendo cumprido - afirmou a presidente.