Economia

Banco Central deve reduzir intervenção no câmbio, diz Mantega

Segundo ministro da Fazenda, a manutenção dos estímulos à economia dos EUA pelo Fed reduzirá a volatilidade da moeda americana

SÃO PAULO. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, classificou ontem como “muito boa” a sinalização do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de que “haverá uma aterrissagem suave no corte dos estímulos à economia americana”. Segundo ele, a medida pode abrir uma porta para o Banco Central brasileiro reduzir o volume de dólares que tem sido oferecido nas últimas semanas para contar uma eventual explosão das cotações.

- A tendência é de uma normalização do mercado. Nosso câmbio é flutuante. Mas é provável que, a partir de agora, o Banco Central diminua a sua intervenção. Mas o que interessa para nós é a estabilidade - afirmou Mantega, que acrescentou: - Isso (a decisão do Fed) é muito bom porque indica que poderá haver uma redução na volatilidade do dólar, o que é muito positivo para o ambiente de negócios.

Para Mantega, houve ruído na comunicação entre o Fed e o mercado financeiro.

- O Fed errou na comunicação no início. Foi meio destrambelhado. O mercado ficou confuso. Mas quando o presidente fala, é de forma mais moderada - afirmou.

Segundo o ministro, a redução gradativa dos estímulos trará uma tranquilidade maior ao mercado brasileiro e reduzirá as pressões inflacionárias provocadas por um câmbio valorizado. Ele evitou dizer qual seria um patamar de câmbio saudável para a economia, mas frisou que “R$ 2,40 ou R$ 2,45 é um exagero”.

Mantega também falou sobre o desempenho macroeconômico do país. Ele comemorou o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) obtido no segundo trimestre e garantiu que os dados da atividade econômica relativos a agosto já sinalizam um PIB positivo para o terceiro trimestre.

- Agosto foi um mês muito bom.

Ele evitou cravar uma projeção para o PIB do ano, mas afirmou que “dá para pensar em um pouco mais de 2,5%”.