Economia

Produção industrial brasileira avança 0,6% em outubro

Três das quatro categorias de uso registraram alta no mês de outubro. Segundo o IBGE, 21 dos 27 ramos pesquisados tiveram aumento em outubro, enquanto seis viram a produção recuar
. Foto: Arte O Globo
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RIO - A produção industrial avançou 0,6% em outubro, frente a setembro, na terceira alta seguida neste tipo de comparação, segundo dados da Produção Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE. É a terceira alta seguida neste tipo de comparação, sugerindo uma consolidação da recuperação da indústria, ainda que a um ritmo baixo e sem recuperar perdas recentes. Bens de capital e bens intermediários puxaram essa alta, enquanto os bens de duráveis, com destaque para veículos automotores, seguraram esse desempenho.

- Há claramente uma melhora da produção industrial nesses últimos três meses. Mesmo assim o ganho de 1,3% no período ainda é insuficiente para suplantar a perda de 2,3% registrada entre maio e julho – afirmou o gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Luiz Macedo.

Na comparação com outubro de 2012, a produção da indústria brasileira avançou 0,9%, a um ritmo inferior que a taxa de 1,8% que tinha sido registrada em setembro. Nesse caso, teve influência o chamado efeito calendário: outubro de 2013 teve apenas um dia útil a mais que outubro de 2012, enquanto setembro de 2013 teve dois dias úteis a mais que setembro de 2012. O aumento da produção industrial acumulado no ano foi de 1,6%.

A boa notícia, segundo Macedo, veio do perfil mais disseminado do crescimento da indústria: 21 dos 27 ramos pesquisados tiveram aumento em outubro. Tal disseminação não era observada desde junho, quando 22 dos 27 segmentos observaram alta.

O IBGE revisou o dado de setembro de uma alta de 0,7% frente a agosto para aumento de 0,5%. Em 2013, o desempenho da indústria brasileira tem sido como uma gangorra, oscilando entre altas e quedas. Em 2013, o desempenho da indústria brasileira tem se comportado como uma gangorra, oscilando entre altas e quedas.

Os analistas esperavam entre uma queda de 1% e uma alta de 0,5% no resultado de outubro frente a setembro, segundo a Bloomberg News. Na comparação anual, as projeções variavam entre queda de 0,9% e alta de 0,8%.

Entre as categorias de uso, o desempenho de bens de capital, alta de 0,6%, e de bens intermediários, expansão de 0,3%, foram os que mais puxaram o crescimento da indústria geral na passagem entre setembro e outubro.

- Essas atividades juntas têm dois terços da indústria e são importantes nessa recuperação. O setor extrativo, caminhando para recuperação de petróleo e gás, é importante nessa recuperação de bens intermediários, assim como o refino de petróleo – disse Macedo.

Setor automobilístico foi destaque negativo

Por outro lado, a produção de bens de consumo duráveis recuou 0,6% em outubro, frente a setembro, influenciada principalmente pela queda de 3,1% da produção de veículos automotores, com peso de 10% da indústria geral.

Para Macedo, o resultado pode refletir algum tipo de esgotamento da política de redução do Imposto sobre Produtos Industrializado (IPI). Um sinal é de que o volume de estoques no setor está acima do que é padrão.

A produção de veículos automotores, no entanto, caiu 3,1% no mês de outubro, frente a setembro, e contribuiu negativamente para o resultado do mês. A perda acabou anulando parte da alta de 9,2% registrada nos meses de agosto e setembro. Outras cinco atividades registraram perdas que prejudicaram a indústria geral em outubro: bebidas (-5,9%), outros produtos químicos (-2,2%), alimentos (-0,6%), mobiliário (-4,8%), equipamentos de instrumentos médico-hospitalares (-0,6%) e alimentos (-0,6%).

Já a influência positiva para a produção industrial veio dos setores de edição, impressão e reprodução de gravações (13,1%), máquinas e equipamentos (2,7%), refino de petróleo e produção de álcool (2,2%) e indústrias extrativas (2%) foram as principais influências positivas para a alta de 0,6% da indústria em outubro, frente a setembro.

Alta de juro dificulta recuperação

Na avaliação de Macedo, o aumento da taxa básica de juros (Selic) é um dos fatores que ajuda a explicar o desempenho menos intenso da produção industrial, já que afeta principalmente os setores mais dependentes de crédito.

Além dos dados referentes a setembro, o IBGE divulgou outras revisões para os dados da produção industrial em 2013. O mês de agosto passou a registrar alta de 0,2%, frente ao zero que tinha sido registrado anteriormente. Já o recuo de julho foi ampliado de 2,4% para 2,5%.

Também houve queda maior em junho, de 2,2% para 2,4%, e em maio, de 2% para 2,1%. A alta de 1,8% em abril passou a ser 1,9%. Os resultados de janeiro, fevereiro e março se mantiveram iguais aos divulgados anteriormente.