05/12/2013 15h06 - Atualizado em 06/12/2013 09h09

Poupança capta R$ 6,38 bilhões em novembro, recorde para o mês

Na parcial do ano, depósitos superam retiradas em quase R$ 60 bilhões.
Resultado do acumulado de 2013 também é novo recorde histórico.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

A entrada de recursos na caderneta de poupança continuou batendo recorde em novembro. No mês passado, os depósitos superaram as retiradas em R$ 6,38 bilhões, o maior valor já registrado em meses de novembro, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira (5) pelo Banco Central. A série histórica da autoridade monetária para este indicador começa em 1995.

O resultado dos onze primeiros meses deste ano também representa novo recorde histórico para o período. De janeiro a novembro de 2013, o ingresso líquido de recursos na mais tradicional modalidade de investimentos do país somou R$ 59,84 bilhões. Isso representa crescimento frente ao mesmo período do ano passado (de R$ 40,5 bilhões) e também na comparação com todo o ano de 2012 - quando R$ 49,71 bilhões ingressaram na poupança.

Depósitos, retiradas e saldo
Em novembro, de acordo com o BC, os depósitos na caderneta de poupança somaram R$ 120,82 bilhões, ao mesmo tempo em que as retiradas de recursos totalizaram R$ 114,44 bilhões. Já o volume dos rendimentos creditados nas contas dos investidores somou R$ 3,09 bilhões no mês passado.

Com o ingresso de recursos em novembro deste ano, junto com o rendimento creditado na conta dos poupadores, o volume total de recursos aplicados na caderneta de poupança atingiu R$ 583 bilhões no fim do mês passado. No fechamento de 2012, o estoque de recursos na poupança totalizava R$ 496 bilhões e, em outubro, atingiu a marca dos R$ 574 bilhões.

Dados do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), consolidados pelo Banco Central, mostram que a caderneta de poupança continua atraindo milhões de pessoas. No fim de 2012 (último dado disponível), 108,9 milhões de pessoas possuíam valores depositados na caderneta de poupança.

Rendimento da poupança
Com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa básica de juros da economia brasileira para 10% ao ano na semana passada, passou a haver um "equilíbrio" maior entre os rendimentos da caderneta de poupança e dos fundos de renda fixa, segundo análise da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Isso ocorre porque o rendimento dos fundos de renda fixa sobe junto com a Selic. Já o rendimento das cadernetas, quando a taxa de juros está acima de 8,5% (o que acontece desde agosto), é fixo em 6,17% ao ano mais a variação da Taxa Referencial.

Caso a taxa de juros esteja igual ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento é de 70% da aplicação, mais a Taxa Referencial. As regras de remuneração da nova poupança foram mudadas em maio do ano passado, para aplicações feitas de 4 de maio de 2012 em diante.

"Os fundos de investimentos vão ter um rendimento superior às contas da poupança quando suas taxas de administração forem inferiores a 2%. Ou seja, passa a haver um equilíbrio entre os rendimentos dos fundos e das cadernetas de poupança", avaliou a Anefac em relatório.

Fundo de reserva
Especialistas avaliam que, independentemente do rendimento, a caderneta de poupança ainda é uma boa opção de investimento para pequenos poupadores, para pessoas que buscam aplicações de curto prazo ou que procuram formar um "fundo de reserva" para emergências – uma vez que não há incidência do Imposto de Renda (IR).

Nos fundos de investimento, ou até mesmo no Tesouro Direto, programa do governo de compra de títulos públicos pela internet, há cobrança do IR e, na maior parte dos casos, de taxa de administração. Nos fundos de investimento e no Tesouro Direto, o IR incide com alíquota regressiva, ou seja, quanto mais tempo os recursos ficarem aplicados, menor é o valor da alíquota incidente no resgate.

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