19/11/2013 11h52 - Atualizado em 19/11/2013 11h52

Transportes e comunicação puxaram a alta do setor de serviços, diz IBGE

Segmentos são os que mais têm peso na formação do índice.
Resultado dos serviços prestados às famílias ficou abaixou do de agosto.

Lilian QuainoDo G1, no Rio

Os resultados dos setores de transportes e comunicação puxaram a alta dos serviços em setembro. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta terça-feira (19), os serviços cresceram 9,6% no mês em relação a setembro de 2012, acima da variação de 6,6% verificada em agosto.

De acordo com Roberto Saldanha, técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, o resultado foi beneficiado principalmente pelo melhor desempenho de setores que pesam mais na formação do índice como serviços de transportes, que tiveram alta de 12,1%.

O desempenho do setor de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio representaram 39,6% na formação do índice de setembro, com destaque para o transporte terrestre. Para o técnico, o indicador mostra que houve maior volume de cargas circulando nas estradas brasileiras, significando a maior demanda de matérias-primas

Ele ressalta que o transporte aquaviário também cresceu por conta de maior movimentação na navegação de cabotagem e marítima de longo curso, o que mostra dinamismo na importação e exportação de bens. Já o consumo das famílias colaborou para o aumento no movimento dos transportes aéreos.

Os serviços de informação e comunicação também mostraram recuperação expressiva, segundo Saldanha, alta de 8,1% em relação em setembro de 2012, patamar mais alto do que o registrado em agosto, de 4,8%. O setor representou 29,1% na composição do índice de setembro.

“A recuperação foi boa. O setor de comunicação engloba as grandes cadeias de TV, rádio, jornais e revistas, agências de notícias, cinema, produção cinematográfica. Houve maior demanda do público e a receita das empresas foi maior, com patrocínios e receitas de publicidade”, explicou Saldanha.

O segmento de tecnologia da informação também teve resultados expressivos graças à grande demanda das famílias pela telefonia móvel, ajudada também pelas empresas, e a demanda corporativa pelos serviços de transmissão de dados.

Os serviços profissionais, administrativos e complementares também alavancaram os resultados do setor, com alta de 9% em relação a setembro de 2012, resultado bem melhor que os 6,3% registrados em agosto. O segmento se divide em serviços técnicos profissionais, que abrangem profissionais qualificados em serviços jurídicos, contábeis, de assessoria empresarial, de publicidade e propaganda, de engenharia de projetos, entre outros, e em serviços administrativos e complementares, de baixa qualificação, como os terceirizados de limpeza, vigilância, portaria e transporte de valores. Ambos tiveram bons desempenhos.

“Isso mostra que as empresas contrataram mais”, disse Saldanha.

O setor de outros serviços também teve bom desempenho em setembro: alta de 7% em relação ao mesmo mês de 2012, e um resultado bem melhor que o apurado em agosto, de 3,8%. O segmento inclui os serviços auxiliares financeiros como corretagem de valores, de seguros e casas de câmbio, e serviços ligados ao meio ambiente, como esgoto e coleta, tratamento e disposição de resíduos e recuperação de matérias.

“Num futuro talvez possamos abrir esses dois quesitos, que têm peso expressivo, numa revisão da pesquisa daqui a quatro anos”, disse o técnico sobre a possibilidade de os itens serem analisados separadamente dentro do grupo.

Desempenho não tão bom teve o segmento os serviços prestados às famílias: a alta de 9,5% em setembro, em relação ao mesmo mês de 2012, foi menor que os 11,6% registrados em agosto.

“A pesquisa mostrou que o Rock in Rio, realizado em setembro, não influenciou o setor de serviços às famílias. Os jovens procuram hospedagem barata e alimentação mais em conta. O mesmo ocorreu na Jornada Mundial da Juventude, em junho. Traz um certo movimento, mas não um movimento como a da Rio+20, em 2012, um evento que reuniu estadistas e empresários”, explicou Saldanha.

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