19/11/2013 06h10 - Atualizado em 19/11/2013 06h13

Governo reconhece emergência fitossanitária em lavouras de MT

Motivo é o ataque da lagarta helicoverpa armígera nas plantações.
Ato permite a liberação de agrotóxicos ainda proibidos no Brasil.

Do Globo Rural

O desabafo de Márcio Frare, técnico agrícola com mais de 20 anos de experiência, não deixa dúvidas. “Nós esperávamos que seria difícil, estávamos preparados para isso, mas está sendo muito, muito pior do que imaginávamos”, diz.

Controlar as lagartas é um dos maiores desafios da safra de soja 2013/2014. Em uma fazenda em Lucas do Rio Verde, médio-norte de Mato Grosso, a lavoura foi plantada há um mês e meio e já recebeu quatro aplicações de inseticidas, duas a mais que o de costume nesta fase.

Essa ameaça foi o principal motivo que levou o Ministério da Agricultura a declarar estado de emergência fitossanitária em Mato Grosso. A portaria foi publicada nesta segunda-feira (18) em Diário Oficial.

A emergência vale por um ano, período para implementação do plano de supressão da praga, além da adoção de medidas emergenciais para combatê-la, entre elas, o sinal verde para a importação de agrotóxicos com o princípio ativo benzoato de emamectina, que ainda não tem registro no Brasil. O produto já é usado em países como a Austrália, onde mostrou eficiência no controle da helicoverpa armígera.

Em Mato Grosso, a importação e o uso do agrotóxico deverão ser acompanhados pelo Indea, o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado.

O diretor técnico da Associação dos Produtores de Soja, Luiz Nery Ribas, lembra que o benzoato de emamectina é apenas uma ferramenta a mais no combate à lagarta e reforça que a adoção de um manejo integrado de pragas é fundamental.

Dono de uma lavoura de 3 mil hectares de soja em Diamantino, Valter Rodrigues pretende importar o agrotóxico, além de seguir outras recomendações para tentar conter o ataque da helicoverpa armígera. “Nós vamos entrar na lavoura duas ou três vezes por semana para ver o estágio em que se encontra a lagarta e impedir que ela se desenvolva”, conta.

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