Rio

Caso Amarildo: Divisão de Homicídios intima policial militar da UPP da Rocinha

Delegado Rivaldo Barbosa investiga informação de que tio do policial teria levado um corpo em um caminhão para o lixão do Caju
O delegado Rivaldo Barbosa da DH (de camisa branca) esteve na Rocinha para investigação do desaparecimento de Amarildo neste sábado / Foto: Marcos Tristão / O Globo
O delegado Rivaldo Barbosa da DH (de camisa branca) esteve na Rocinha para investigação do desaparecimento de Amarildo neste sábado / Foto: Marcos Tristão / O Globo

RIO - O delegado Rivaldo Barbosa, da Divisão de Homicídios (DH), afirmou, neste sábado, que já intimou o policial militar Juliano da Silva Guimarães, lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, a prestar depoimento sobre o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza. O PM teria informado à polícia anteriormente que um tio dele, motorista da Comlurb, fora abordado por bandidos na Rocinha e obrigado por eles a levar um corpo para o lixão do Caju , 14 dias depois do desaparecimento de Amarildo.

Barbosa esteve na favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, neste sábado, e conversou com moradores. Segundo o delegado, a polícia foi à comunidade para fazer perícia complementar às investigações e novas intimações para depoimentos.

De acordo com o delegado, serão ouvidas neste sábado mais três testemunhas, além das oito que prestaram depoimento na sexta-feira.

Ao todo, 25 policiais participaram da ação na Rocinha. Entre eles, dois delegados e três peritos.

— Não descartamos nenhuma hipótese nas investigações. O caso está comigo há apenas 40 horas. Estamos começando um diálogo com os moradores da região — afirmou Barbosa.

Os peritos da Polícia Civil terão dificuldade para encontrar o corpo que teria sido jogado na Estação de Transferência de Resíduos do Caju e levado em seguida para o Aterro de Sanitário de Seropédica. Segundo a Comlurb, o material lançado no Caju não passa mais de 24 horas no local. Por isso, foi levado para o Centro de Tratamento de Seropédica, onde o lixo é tratado, aterrado e coberto com argila, para evitar mau cheiro e não atrair vetores.

Para encontrar o corpo, a polícia terá que procurar o material numa extensa área do aterro,que foi depositado lá no dia 28 de julho em diante. O local trata o lixo do município do Rio e de outras cidades da Baixada Fluminense.

Segundo a assessoria de comunicação da Comlurb, os motoristas e caminhões que servem a companhia são terceirizados. A orientação da companhia é que a empresa recolha o lixo e leve à estação do Caju. A Comlurb informou ainda que não sabe informar qual a empresa era responsável pela Rocinha.

Amarildo de Souza desapareceu no dia 14 de julho, depois de ser levado por policiais para a sede da UPP da Rocinha. Os veículos da unidade estavam com o GPS desligado na noite em que ocorreu o caso, o que impossibilita que a Polícia Civil possa verificar, agora, se algum dos veículos fez um caminho suspeito ou deixou a comunidade.

A Polícia já havia informado que, naquela noite, não estavam funcionando duas das câmaras de monitoramento da UPP que poderiam confirmar a versão do comandante da unidade, major PM Édson dos Santos, de que Amarildo deixou o local a pé, descendo as escadas de acesso à Rua Dioneia.