O mercado acionário brasileiro encerrou em queda esta quinta-feira (21), impactado por sinais de uma possível redução do programa de estímulos do banco central norte-americano nos próximos meses e por dados mais fracos sobre a economia da China.
O Ibovespa fechou em baixa de 0,65%, a 52.688 pontos. Veja cotação
Na semana, a bolsa tem queda de 1,43%, no mês perde 2,895 e no ano, 13,56%.
Mais cedo, o índice chegou a recuar 1,59%, mas reduziu a queda, conforme as baixas das preferenciais de Petrobras e Vale perderam força e depois das bolsas dos Estados Unidos abrirem no positivo.
"Houve um ajuste na abertura, com a nossa bolsa caindo mais do que as outras depois do feriado local (de quarta-feira). O dado de indústria nos Estados Unidos foi melhor que o esperado e o Dow Jones conseguiu se recuperar, então reduzimos as perdas aqui", afirmou à Reuters o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi.
A pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da empresa de dados financeiros Markit mostrou nesta quinta que a indústria dos EUA se recuperou neste mês depois de atingir mínima de um ano em outubro e a produção cresceu em seu ritmo mais rápido em nove meses.
Contudo, o Ibovespa continuava em queda, ainda refletindo acontecimentos ocorridos na quarta-feira, quando o feriado do Dia da Consciência Negra paralisou negociações na bolsa paulista.
Na véspera, a ata da última reunião do Federal Reserve mostrou que membros do banco central norte-americano cogitaram começar a reduzir em uma de suas próximas reuniões o agressivo programa de aquisição de ativos, pressionando as ações nos Estados Unidos.
"O mercado volta a especular que isso possa ocorrer em dezembro, gerando uma alta do dólar e incerteza", afirmou à Reuters o economista Fausto Gouveia, da Legan Asset.
No cenário externo, também provocava mau humor e impactava as commodities o fato do crescimento da indústria da China ter desacelerado em novembro. O PMI preliminar do Markit/HSBC sobre a atividade industrial chinesa caiu para 50,4 em novembro ante leitura final de outubro de 50,9.
Ações
A ação da Petrobras reduziu perdas, mas continuou no negativo, após o Conselho de Administração da companhia ter adiado reunião em que será analisada metodologia para o reajuste do preço de combustíveis. Na quarta-feira, os ADRs (American Depositary Receipts, negociados em Nova York) da estatal caíram 4,14%.
A reunião, que estava prevista para ocorrer na sexta-feira, foi adiada para 29 de novembro. Membros do governo temem que uma regra fixa de reajuste automático dos preços dos combustíveis possa gerar maior inflação e contribuir para o aumento do nível de indexação na economia brasileira.
A ação preferencial da Usiminas e os papéis da empresa do setor imobiliário PDG Realty também ajudaram a evitar que o Ibovespa passasse para o campo positivo.
Em sentido contrário, se destacou desde o início do dia a ação da BR PRoperties. A empresa anunciou nesta manhã acordo para vender 34 imóveis industriais e de logística para o grupo WTGoodman por R$ 3,18 bilhões, em um dos maiores negócios já realizados pela companhia de investimento em imóveis comerciais.
As ações da operadora de telefonia TIM também subiam, diante de especulações sobre a venda do controle da empresa no Brasil, na sequência de declarações do presidente-executivo da Telecom Italia, sua controladora, sobre venda de torres de telecomunicações no Brasil.