25/11/2013 15h14 - Atualizado em 25/11/2013 15h38

Balança comercial tem déficit de US$ 1,35 bilhão na semana passada

Informação foi divulgada nesta segunda pelo Ministério do Desenvolvimento.
Na parcial de 2013, saldo está negativo em US$ 1,45 bilhão, diz governo.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

A balança comercial brasileira registrou um déficit (importações maiores do que vendas externas) de US$ 1,35 bilhão na semana passada, entre os dias 18 e 24 de novembro, informou nesta segunda-feira (25) o Ministério do Desenvolvimento, Indútstria e Comércio Exterior (MDIC).

De acordo com números oficiais, as exportações somaram US$ 4,15 bilhões na última semana, ao mesmo tempo em que as compras do exterior totalizaram US$ 5,5 bilhões neste período.

Segundo o governo, as exportações recuaram 24,8%, pela média diária, na semana passada, por conta da retração de vendas de produtos básicos (-32,3%), semimanufaturados (-23,6%) e de manufaturados (-16,5%). Do lado das importações, houve alta de 18,1% na semana passada, contra a anterior, explicada pelo aumento nos gastos com combustíveis e lubrificantes, equipamentos mecânicos e aparelhos eletroeletrônicos, entre outros.

Parcial do mês e 'exportação' e plataforma de petróleo
Na parcial de novembro, ainda de acordo com o MDIC, a balança comercial brasileira registrou um saldo positivo de US$ 374 milhões, com exportações em US$ 15,19 bilhões e importações de US$ 14,81 bilhões. Sem a "exportação" de uma plataforma de petróleo neste mês, no valor de US$ 624 milhões, porém, o saldo estaria negativo.

Neste caso, a plataforma não saiu do Brasil. Ela foi, na realidade, comprada de fornecedores brasileiros por subsidiárias no exterior e depois "internalizada" no Brasil como se estivesse sendo "alugada", mesmo sem sair do país fisicamente. Esse expediente – que é legal e está em consonância com as regras internacionais – permite às empresas do setor recolherem menos tributos.

Parcial do ano
De janeiro a 24 de novembro de 2013, a balança comercial brasileira registrou um déficit de US$ 1,45 bilhão, segundo números do governo federal. Neste período, as exportações somaram US$ 215,66 bilhões, com média diária de US$ 950 milhões e queda de 1,6% frente a igual período do ano passado, ao mesmo tempo que as importações totalizaram US$ 217,11 bilhões – com média de US$ 956 milhões por dia útil e alta de 7,8% sobre igual período de 2012.

O fraco desempenho da balança comercial este ano está relacionado com a crise financeira internacional e, também, com o atraso na contabilização da importação de combustíveis e derivados. O atraso na contabilização das importações de combustíveis aconteceu porque, em julho de 2012, a Receita Federal editou a instrução normativa 1.282, que concedeu um prazo de até 50 dias para registro das importações de combustíveis e derivados feitas pela Petrobras. Normalmente, as empresas têm 20 dias para fazer o registro. Cerca de US$ 4,5 bilhões em importações de petróleo e derivados que aconteceram, de fato, em 2012 foram contabilizadas somente neste ano.

Apesar disso, o governo contou com a "ajuda" da "exportação" de plataformas de petróleo. Somente em 2013, a "venda ao exterior" de plataformas de petróleo somou US$ 5,32 bilhões. Sem a "venda" ao exterior destas plataformas, o saldo comercial, que está deficitário em US$ 1,45 bilhão neste ano, ficaria mais no vermelho ainda.

Ano de 2012 e expectativa para 2013
Em todo o ano de 2012, o superávit da balança comercial brasileira somou US$ 19,43 bilhões, o menor saldo positivo em dez anos. Com isso, o superávit da balança comercial registrou queda de 34,7% em relação ao ano de 2011, quando o superávit totalizou US$ 29,79 bilhões.

Para 2013, ano que ainda será influenciado pelos efeitos da crise financeira internacional e pela concorrência acirrada nos mercados que ainda registram crescimento econômico – como é o caso do Brasil –, os economistas dos bancos, assim como a autoridade monetária, acreditam que o valor do superávit da balança comercial (exportações menos importações) registrará forte queda, atingindo cerca US$ 1,4 bilhão.

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