22/11/2013 06h07 - Atualizado em 22/11/2013 12h42

Conheça as empresas que participarão do leilão de aeroportos

Leilão para concessão de Galeão e Confins acontece nesta sexta-feira.
Os 5 consórcios têm empresas brasileiras e operadores estrangeiros.

Anay CuryDo G1, em São Paulo

Pelo menos cinco consórcios vão participar do leilão dos aeroportos de Galeão, no Rio de Janeiro, e Confins, em Minas Gerais, marcado para sexta-feira (22), na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Ao G1, quatro deles confirmaram ter entregado suas propostas no início desta semana.

Nesta quinta-feira, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que todos os documentos entregues foram aceitos.

De acordo com as regras, um mesmo consórcio não poderá arrematar os dois aeroportos. Todos os consórcios precisam ter entre os sócios um operador aeroportuário, que deterá ao menos 25% de participação. Empresas aéreas podem participar com até 4%, e acionistas das atuais concessionárias dos aeroportos de Guarulhos, Campinas (Viracopos) e Brasília podem ter juntos, no máximo, 15% do consórcio. Além disso, o consórcio vencedor terá obrigatoriamente a Infraero como sócia, com 49% de participação.

A maioria dos grupos afirmou que entregou propostas para os dois aeroportos, de Galeão e Confins. De acordo com o edital do leilão, o aeroporto de Galeão exigirá um lance mínimo de R$ 4,828 bilhões, e Confins de R$ 1,096 bilhão.

A última disputa de concessão foi dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, em fevereiro de 2012, e atraiu 11 empresas. Na ocasião, o governo arrecadou R$ 24,5 bilhões.

Confira a seguir os consórcios interessados:

CCR - Flughafen Munchen - Flughafen Zürich AG
A CCR (Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares Penido Concessões) afirmou que apresentou propostas para os dois aeroportos. A empresa não confirmou, mas as operadoras Flughafen Munchen (Alemanha) e Flughafen Zürich AG (Suíça) deverão fazer parte do consórcio.

Aeroporto de Zurique (Foto: AFP)Aeroporto de Zurique (Foto: AFP)

O Grupo CCR é uma empresa de concessão de infraestrutura e atua nos segmentos de concessão de rodovias, mobilidade urbana e serviços e afirma ter valor de mercado de R$ 32,2 bilhões.

Tem a concessão de 2.437 quilômetros de rodovias em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Paraná. Também tem uma participação na operadora dos meios eletrônicos de pagamento Sem Parar e Via Fácil.

O grupo já participou de outras disputas por outros tipos de concessões. Tem participação na ViaQuatro, que opera a Linha 4-Amarela do metrô de São Paulo, e na Controlar, que faz a inspeção veicular na capital paulista.

Em outubro, o grupo venceu uma licitação do governo da Bahia para construção e exploração comercial do metrô de Salvador. O contrato assinado entre governo e a companhia CCR tem duração de 30 anos.

A empresa, que tem capital aberto, registrou lucro de R$ 403,5 milhões no terceiro trimestre, uma alta de 27,4% ante R$ 316,8 milhões um ano antes.

Quanto às operadoras incluídas no consórcio, a Flughafen Zürich AG administra o maior aeroporto da Suíça, em Zurique e registra circulação de 25 milhões de passageiros por ano. Em 2012, disputou com o grupo CCR a concessão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília.

A operadora alemã Flughafen Munchen administra o aeroporto de Munique e conta com um tráfego ainda maior de passageiros – perto de 38 milhões por ano -, que têm acesso a cassino, salão de beleza, trocador de roupa, clínica médica e lavanderia.

Invepar - Ecorodovias - Fraport
A Invepar afirmou que participará do leilão desta sexta. Fazem parte do consórcio a companhia Ecorodovias e a operadora alemã Fraport. A empresa não informou se as propostas entregues na Bovespa foram para os dois aeroportos.

Aeroporto de Frankfurt (Foto: Reuters)Aeroporto de Frankfurt (Foto: Reuters)

No ano passado, o aeroporto de Guarulhos foi arrematado pelo consórcio Invepar, mas com uma composição diferente – houve uma pequena participação, de 10%, da operadora Airport Company South Africa. A disputa foi arematada por R$ 16,213 bilhões, com ágio de 373,5% sobre o valor mínimo estabelecido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) na ocasião.

A Invepar Investimentos e Participações e Infraestrutura tem como sócios os três maiores fundos de pensão do país – Previ, Petros e Funcef – e a construtora OAS, e administradores de rodovias como a Raposo Tavares e Rio-Teresópolis e da Linha Amarela, no Rio de Janeiro.

A companhia afirma que seu foco é na gestão e operação de rodovias, sistemas de mobilidade urbana e aeroportos e que é composta atualmente por 11 empresas que administram e operam concessões no Brasil e na América Latina.

Em abril do ano passado, o consórcio Rio Olímpico, formado pela CCR, Invepar e Odebrecht TransPort Participações venceu a concorrência da concessão da Ligação Transolímpica e a concorrência no processo de contratação de serviços para o sistema de transportes de passageiros através de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na cidade do Rio de Janeiro.

A Ecorodovias, que opera ativos de logística intermodal, concessões rodoviárias e serviços correlatos, participou do leilão do trecho da BR-050 entre Goiás e Minas Gerais, mas não venceu, já que o grupo Planalto arrematou a concessão. Também participou, em outro consórcio, da disputa pela concessão dos aeroportos em 2012, mas também não levou.

Em janeiro de 2012, a Ecorodovias venceu a disputa para administração do trecho da BR-101 no Espírito Santo, por meio do consórcio Rodovia da Vitória. Havia sido o único realizado até então pelo governo Dilma. O consórcio Rodovia Capixaba, formado por seis construtoras do Espírito Santo, terminou em segundo lugar e contestou o resultado. Alegava que havia problemas na documentação da proposta vencedora.

A companhia, que tem capital aberto, registrou lucro 11,6% maior no terceiro trimestre, puxada pelo crescimento do tráfego rodoviário de veículos comerciais. De julho a setembro, o lucro líquido da empresa somou R$ 111,3 milhões, ante R$ 100,9 milhões um ano antes.

A operadora alemã Fraport, que integra o consórcio, administra aeroportos em todos os continentes: cinco na Europa, sendo o de Franfkurt, um dos mais modernos do mundo, um deles - cinco na Ásia , dois na África e um na América Latina e registra um tráfego anual de mais de 99 milhões de passageiros.

Em março deste ano, disse que considerava adquirir participações em diversos aeroportos, inclusive terminais no Brasil. Segundo o executivo da operadora, na ocasião, a parceira mais provável para a concessão de aeroportos no Brasil seria a brasileira Ecorodovias, com quem a Fraport fez uma oferta pelo aeroporto de Guarulhos (SP) em leilão realizado no ano passado.

Odebrecht TransPort e Changi
A Odebrecht TransPort disse ter feito consórcio com a operadora Changi Airport, que administra o aeroporto de Cingapura, e que apresentou ofertas para os dois aeroportos, de Galeão e de Confins.

Aeroporto de Changi, na Cingapura, eleito o melhor do mundo em 2013 (Foto: Divulgação/Changi Airport Group)Aeroporto de Changi, em Cingapura
(Foto: Divulgação/Changi Airport Group)

A companhia é uma empresa de infraestrutura que afirma desenvolver, implantar e operar empreendimentos nas áreas de mobilidade urbana, rodovias, portos, aeroportos e sistemas integrados de logística. Foi criada em 2010, conta com 14 ativos e afirma que prioriza a participação em concessões federais e estaduais.

Em 2010, a TransPort passou a ter como acionista o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), com 30% de participação no capital da empresa.

No último leilão de rodovias, em setembro, a empresa participou do leilão para concessão da BR-050 entre Goiás e Minas Gerais, mas perdeu para o consórcio Planalto.

Em outubro, no consórcio Move São Paulo, formado também pela Queiroz Galvão, UTC Participações e Eco Realty Fundo de Investimentos, venceu a licitação para construir e operar a Linha 6-Laranja, que vai ligar o Centro à Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo. O grupo foi participante único da concorrência.

No leilão para concessão de outros aeroportos realizado em fevereiro de 2012, o Consórcio Novas Rotas, liderado pela Odebrecht TransPort, não venceu a dispura, ficando em segundo lugar no leilão do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP).

A concessão do Aeroporto Internacional de Viracopos foi arrematada por R$ 3.821.000.000 pelo consórcio Aeroportos Brasil, composto pela Triunfo Participações e Investimentos (45%), UTC Participações (45%) e Egis Airport Operation (10%).

A operadora Changi Airport Group, que integra o consórcio para a disputa de Confins e do Galeão, administra o aeroporto de Cingapura, considerado o melhor do mundo, já que conta com spa com piscina, grandes jardins internos, escorregadores de 40 metros, cinemas e trens ultramodernos que interligam terminais.

Por ano, o aeroporto registra a passagem de 50 milhões de passageiros, que contam com 100 companhias para mais de 250 cidades, em 60 países. Em 2012, também tinha se associado à Odebrecht para concorrer à concessão de Viracopos, Guarulhos e Brasília, mas não venceu a disputa.

Queiroz Galvão - Ferrovial
A Queiroz Galvão afirmou que participará do leilão por meio do consórcio formado com a espanhola Ferrovial.

Aeroporto de Heathrow (Foto: Christian Kober/ AWL Images/Getty Images)Aeroporto de Heathrow (Foto: Christian Kober/ AWL
Images/Getty Images)

A empresa, que é focada principalmente no setor de construção, reúne aproximadamente 50 empresas, também nos segmentos de construção, óleo e gás, desenvolvimento imobiliário, engenharia ambiental, gestão de negócios, energias renováveis, alimentos e siderurgia e indústria naval.

Tem operações em todos os estados brasileiros e em países da América Latina e da África.

A licitação mais recentemente vencida foi a da Linha 6-Laranja do Metrô por meio do consórcio Move São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht, UTC Participações e Eco Realty Fundo de Investimentos. 

Participou ainda do leilão do trecho da BR-050 entre Goiás e Minas Gerais, mas não foi a vencedora. Já do leilão de concessão dos aeroportos, em fevereiro de 2012, a Queiroz Galvão não participou.

Em julho, a Queiroz Galvão Óleo e Gás (QGOG) e parceiros firmaram contratos com o consórcio BM-S-11, operado pela Petrobras, para construção de duas plataformas: Cidade de Maricá e Cidade de Saquarema,  no Rio. O valor total dos contratos, que terão duração de 20 anos, é de cerca de US$ 3,5 bilhões.

A parceira da Queiroz Galvão na disputa pelos aeroportos nesta sexta-feira (22), é a Ferrovial Aeroportos, subsidiária do espanhol Grupo Ferrovial e acionista do aeroporto Heathrow, em Londres. A empresa, uma das maiores operadoras privadas de aeroportos do mundo, concorreu no ano passado na primeira etapa de privatização de aeroportos juntamente com a Queiroz Galvão.

Atualmente, o grupo Ferrovial é sócio industrial e primeiro acionista do Heathrow Airports Holdings (HAH), adquirido em 2006 e que inclui os aeroportos de Heathrow, Glasgow, Aberdeen, Southampton e Stansted.

O grupo Ferrovial registra o tráfego de 65,9 milhões depassageiros por ano e é considerado o líder mundial de investimento provado em infraestrutura de transportes, com um quadro de 57.000 funcionários e operações em mais de 25 países.

Carioca Engenharia - ADP - Schiphol - Participação não confirmada
Um quinto consórcio apresentou proposta para o leilão, conforme afirmaram as agências de notícias e a imprensa francesa. Seria um grupo formado pela operadora francesa ADP e a holandesa Schiphol, associadas à brasileira Carioca Engenharia. Procuradas pelo G1, no entanto, as empresas não confirmaram nem negaram a participação.

Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris (Foto: AFP)Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris (Foto: AFP)

A Aéroports de Paris (ADP), que administra os aeroportos parisienses, apresentou, ao lado de outros sócios, uma oferta para a privatização dos aeroportos do Rio de Janeiro (Galeão) e de Belo Horizonte (Confins), de acordo com o jornal "Les Echos".

A ADP enviou a oferta na segunda-feira, "associada a um consórcio com a Amsterdam Schipol e investidores brasileiros", segundo o jornal.

A participação da ADP no consórcio, que inclui a holandesa Amsterdam Schipol, o grupo de construção Carioca Engenharia e o fundo GP Investment, não deve superar 12,5%, segundo o "Les Echos".

"É uma operação relativamente modesta financeiramente, mas que apresenta um interesse estratégico real", afirmou Laurent Galzy, diretor de participações na ADP ao jornal.

O presidente-executivo da Schiphol, Jos Nijhuis, disse à emissora holandesa "RTL7" na última segunda-feira que a companhia se aliou à ADP e a uma construtora brasileira, além de uma financiadora local, para fazer uma oferta por cerca de 50% do Galeão.

O estatal Schiphol Group, que opera o aeroporto de Amsterdã e um terminal do JFK, em Nova York, tem um acordo de cooperação com a ADP desde 2008, e ambos têm participação cruzada de 8% em cada um.

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