17/09/2013 19h38 - Atualizado em 17/09/2013 19h51

Federação e Correios não chegam a acordo no TST para evitar greve

'Intransigência da Fentect impossibilitou conciliação', afirmam Correios.
Sindicatos realizam assembleias para decidir sobre paralisação geral.

Do G1, em São Paulo

Os Correios e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) não chegaram nesta terça-feira (17) a um acordo para evitar greve na audiência de conciliação realizada no Tribunal Superior do Trabalho.

O Ministro Fernando Eizo Ono foi o sorteado para ser relator do dissídio. Ele também irá apreciar o pedido de liminar feito pelos Correios sobre o efetivo mínimo que deverá trabalhar durante a paralisação. Ainda não há data prevista para o julgamento.

Os sindicatos filiados à Fentect realizam nesta terça-feira assembçeias para decidir se irão aderir à paralisação geral proposta pela federação.

"A intransigência da Fentect impossibilitou qualquer tentativa de conciliação", informou, em comunicado a estatal. Segundo os Correios, a empresa tomará medidas para garantir a entrega de cartas e encomendas e o atendimento em toda rede de agências, caso outros sindicatos venham a aderir à paralisação. Entre as ações estão a realização de horas extras, mutirões para entrega nos fins de semana e deslocamento de empregados entre as unidades.

Paralisação é mantida em 5 estados
Nesta terça-feira, 98,73% do efetivo compareceu normalmente ao trabalho, segundo os Correios, apesar da paralisação mantida em 5 estados por seis sindicatos (PB, PE, RS, TO, São José do Rio Preto-SP e Vale do Paraíba-SP).

"A rede de atendimento ficou aberta em todo Brasil e todos os serviços, disponíveis - com exceção da postagem, entrega e coleta de encomendas com hora marcada nos locais acima citados", informa a ECT..

A Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Correios (Findect), que não compareceu à audiência, encaminhou petição informando que os sindicatos filiados a ela já haviam celebrado acordo com a empresa estatal.

Na sexta-feira, os trabalhadores dos sindicatos de São Paulo (região metropolitana e Bauru), Rio de Janeiro e Rondônia decidiram aceitar a proposta de reajuste de 8% nos salários e 6,27% nos benefícios, e, com isso, encerraram a paralisação.

Negociações
A categoria reivindica melhores condições para o plano Correios Saúde, jornada de 6 h para os atendentes, entrega de correspondências pela manhã, entre outros pontos.

A proposta dos Correios é de reajuste de 8% nos salários (reposição integral da inflação do período, de 6,27%, e aumento real de 1,7%) e de 6,27% nos benefícios, além de pagamento de vale-extra no valor de R$ 650,65, a ser creditado em dezembro, e Vale-Cultura, dentro das regras de adesão ao programa implementado pelo Governo Federal.

Em comunicado divulgado nesta terça, os Correios destacam que o vice-presidente do TST, Ministro Antônio José de Barros Levenhagen, que mediou a audiência, considerou a proposta da empresa satisfatória. Segundo a ECT, o ministro sugeriu que fossem suspensas as paralisações para que os trabalhadores pudessem analisar o acordo firmado entre a ECT e os sindicatos de São Paulo, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Norte e Bauru (SP), não obtendo concordância por parte dos representantes da Fentect.

"Indignados com a sugestão do TST de que a mesa fosse paritária, incluindo representantes dos sindicatos desfiliados, a Fentect recusou a proposta, questionando a legitimidade dos sindicatos, o que levou o ministro a encerrar a audiência e determinar a distribuição do dissídio", diz a nota.

Já a Fentect afirmou em comunicado publicado em sua página na internet que não entraram em acordo para tentar negociar uma nova proposta aos trabalhadores da categoria. "O ministro ainda criticou a ECT por querer barrar a possível greve, e reafirmou que quem decide a hora de entrar em greve são os sindicatos junto com os trabalhadores", destacou a federação.

 

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