Economia

Número de aviões para atender o mercado brasileiro deve quase triplicar até 2032

Segundo Rafael Alonso, vice-presidente executivo da Airbus para América Latina e Caribe, quatro empresas já pediram às autoridades brasileiras para trazer o A380 para o país

RIO - De acordo com a mais recente Previsão de Mercado Global (GMF) da Airbus, o mercado brasileiro de viagens aéreas precisará de 1.324 aviões até 2032 para atender às exigências crescentes do transporte aéreo internacional e doméstico do país. Os 896 aviões de corredor único, os 353 de dois corredores e os 75 muito grandes (VLA) devem ajudar a atender a crescente demanda de operadores domésticos e estrangeiros, no Brasil, quase triplicando a frota em serviço atual, de 480 aeronaves para mais de 1.320 até 2032.

Segundo Rafael Alonso, vice-presidente executivo da Airbus para América Latina e Caribe, quatro empresas já pediram às autoridades brasileiras para trazer o A380 para o país: Air France, British Airways, Lufthansa e Emirates Airlines. A Airbus já entregou 115 unidades do A380 para dez companhias até agora. Outros 309 já foram encomendados para mais 20 clientes.

— Guarulhos (SP) já fez tudo que tinha que ser feito para receber o A380, agora é uma questão das autoridades brasileiras — disse Alonso.

No caso do Galeão, ele acredita que o novo consórcio vencedor do leilão (liderado pela Odebrecht TransPort e que tem a parceria com a operadora do aerporto de Cingapura Changi) também estará empenhado em trazer o avião para o Estado do Rio de Janeiro.

— O Rio tem um grande potencial para atrair mais e maiores aeronaves. O A380 certamente irá para o Rio também no futuro.

Demanda global de US$ 4,4 trilhões até 2032

Na América Latina, nos próximos 20 anos, a Airbus prevê uma demanda de mais de 2.307 novas aeronaves, incluindo 1.794 unidades de corredor único, 475 de dois corredores e 38 muito grandes (VLA). Juntas, essas encomendas são estimadas em aproximadamente US$ 292 bilhões. Globalmente, até 2032, cerca de 29.230 novos aviões de passageiros e de carga, estimados em quase US$ 4,4 trilhões, serão necessários para atender à demanda futura de mercado.

A Airbus considera nos seus cálculos uma previsão otimista de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, soma de bens e serviços produzidos no país) brasileiro, de 4% ao ano, acima da média mundial de 3,1%. A companhia também aponta melhora nos indicadores socioeconômicos, o que fará, na avaliação da Airbus, com que a economia brasileira mais que duplique nos próximos 20 anos. O tráfego aéreo, no Brasil, deve acompanhar esse ritmo, crescendo a uma taxa anual de 6,8% até 2032, muito acima da média mundial de 4,7%.

Impulsionado por uma classe média em ascensão, maiores gastos do consumidor e pela expansão do setor de turismo, o Brasil representa 35% de todo o tráfego aéreo da América Latina, o que o torna o maior da região e um dos mercados que cresce mais rapidamente no mundo, tendo mais do que duplicado desde 2000. Desde então, o tráfego internacional saltou 87%. Mais de 40% do tráfego de longa distância da América do Sul chega por meio de três aeroportos brasileiros, incluindo o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

O mercado de tráfego doméstico do País cresceu impressionantes 2,4 vezes desde 2000, consolidando a posição do Brasil como o quarto maior mercado doméstico do mundo até 2032, somente atrás da China, EUA e Índia.

De acordo com a Airbus, as companhias aéreas no Brasil operam alguns dos aviões mais novos e eficientes do mundo. Com idade média de sete anos, 34% inferior à média mundial, o Brasil lidera uma tendência regional. Atualmente, a idade média da frota em serviço na América Latina é de 9,5 anos, 42% menor desde 2000.

Com mais de 800 aeronaves vendidas e quase 400 pedidos, mais de 500 aviões da Airbus estão em operação na América Latina e Caribe. Nos últimos dez anos, a Airbus triplicou sua frota em serviço e entregou mais de 60% de todos os aviões que operam na região.