Renato Mello, diretor da Odebrecht, comentam
resultado do leilão (Foto: Darlan Alvarenga/G1)
A Odebrecht afirmou nesta quarta-feira (27) que o seu lance com deságio de 52%, que arrematou a concessão de trecho da BR-163 em Mato Grosso em leilão realizado pela manhã, reflete a aposta da companhia no potencial do agronegócio brasileiro.
“Talvez os nossos concorrentes acordaram um pouco tarde para isso”, afirmou o diretor da Odebrecht, Renato Mello, ao ser questionado sobre a agressividade da oferta no leilão.
Segundo o porta-voz da empresa, estudos sobre a rentabilidade e potencial da BR-163 estão sendo feitos há um ano e meio pela equipe da Odebrecht.
“Fomos estudar a logística, como é o movimento de grãos e chegamos à conclusão de que o potencial de crescimento do Mato Grosso está muito acima do PIB do país”, disse.
A Odebrecht, que na semana passada já tinha arrematado a concessão do aeroporto do Galeão, informou ter interesse no leilão do outro trecho da BR-163, em Mato Grosso do Sul, previsto para 17 de dezembro, e em outros “bons projetos”.
Segundo o diretor, a companhia está estruturada para participar da disputa de outros projetos de infraestrutura.
“Não existe preocupação quanto a estrutura de capital. Sempre que existir um bom projeto, vamos estar perseguindo”, disse Mello.
Quanto ao início da cobrança de pedágio na BR-163, a Odebrecht informou a previsão é a partir do 18º mês de concessão, quando existe a exigência contratual de entrega de ao menos 10% dos cerca de 500 km de duplicação previstos. “Vamos fazer um esforço para ver se antecipamos este calendário”, afirmou o diretor.
Pelas regras do edital, estão previstas 9 praças de pedágio, cuja tarifa básica será de 0,02638 por quilômetro (ou R$ 2,638 para 100 quilômetros rodados).
O diretor da Odebrecht avaliou ainda que os investimentos em rotas alternativas para o escoamento da soja do Mato Grosso, como a pavimentação do trecho entre Sinop e Santarém e o projeto de concessão da ferrovia Norte-Sul, não reduzirão a rentabilidade da BR-163.
“O potencial de crescimento da produção de grãos em muito suplanta o impacto desses outros meios de transporte e rotas”, disse Mello, acrescentando que a aposta da empresa “é a crença no crescimento do agronegócio brasileiro que precisa de infraestrutura para escoar sua produção”.
A Odebrecht é um conglomerado brasileiro que atua na área de engenharia e construção, transporte e logística, energia, além de petroquímicos e químicos, óleo e gás e naval.
Entre as mais recentes obras da Odebrecht estão as obras da Arena Fonte Nova, Arena Pernambuco e Arena Corinthians. A empresa também é uma das acionistas da Braskem.
Na área de transportes, é a operadora da Supervia, no Rio, Conquistou a parceria público-privada para construção e operação da Linha 6-Laranja do metrô de São Paulo, opera o terminal portuário de contêineres Embraport, em São Paulo, e já atua em seis concessões de rodovias, administrando um total de 700 quilômetros de estradas.
Fundada em 1944, a Odebrecht está presente em 26 países e conta com mais de 175 mil profissionais;. Em 2012, a organização obteve uma receita bruta de R$ 84,4 bilhões.