29/11/2013 07h30 - Atualizado em 29/11/2013 07h30

13º salário vai injetar R$ 1,08 bilhão na economia sergipana neste ano

Para muita gente, benefício é a esperança para quitar dívidas.
“O ideal é guardar dinheiro para as novas despesas”, diz economista.

Marina FonteneleDo G1 SE

Lojas do Centro de Aracaju  (Foto: Marina Fontenele/G1)Lojas do Centro de Aracaju (Foto: Marina Fontenele/G1)

Para quem trabalha com carteira assinada, o fim de ano tem um motivo a mais para ser comemorado. O 13º salário é uma verdadeira ajuda para colocar as contas em ordem, fazer investimentos, viagens, reformas em casa ou guardar para um ‘pé-de-meia’. Mas a tão sonhada economia no fim de ano ainda está distante da realidade de boa parte dos trabalhadores de Aracaju, em Sergipe. Para muitos, o destino do dinheiro já é certo: a quitação de dívidas.

Maria Geovania (Foto: Marina Fontenele/G1)Maria Givaneide já gastou a primeira parcela.
(Foto: Marina Fontenele/G1)

A operadora de caixa, Maria Givaneide dos Santos Albuquerque, acumulou contas ao longo do ano e, para fugir dessa ‘bola de neve’ já gastou a primeira parcela do benefício na quitação de parte delas. “Já fiz as dívidas pensando em pagar com o 13º salário”, revela.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mais de 703 mil sergipanos vão receber o 13º salário neste ano, o que representa a soma de R$ 1,08 bilhões injetados a mais na economia local até o dia 20 de dezembro, prazo final para o pagamento da segunda parcela do benefício. Esse montante representa cerca de 0,8% do total do Brasil e 4,9% da região Nordeste e equivale a 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado.

Gilvanisse dos Santos  (Foto: Marina Fontenele/G1)Gilvanisse dos Santos diz que pagou dívidas.
(Foto: Marina Fontenele/G1)

Gilvanice dos Santos é pensionista e também já recebeu parte do benefício. “Paguei as dívidas e não sobrou nada para guardar. É assim todos os anos, tento guardar um pouco de dinheiro, mas sempre gasto tudo”, afirma.

O economista do Dieese, Luís Moura, ensina que o ideal é guardar pelo menos uma parte do dinheiro para as despesas do primeiro semestre do ano seguinte como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e compra de material escolar.

“Se o cidadão estiver endividado deve utilizar o dinheiro para quitar esse débito por causa dos juros que são muito altos, principalmente os dos cartões de crédito. Estudos confirmam que a maioria vai fazer isso, mas o ideal é manter as contas em ordem ao longo do ano e se programar para guardar parte do 13º salário para as novas despesas. Também é importante investir nas compras de Natal porque uma das funções do benefício é justamente movimentar o comércio local no fim de ano”, explica Luís Moura.

Ailton Santos  (Foto: Marina Fontenele/G1)Adilton Santos vai pagar pensão dos filhos.
(Foto: Marina Fontenele/G1)

O auxiliar de munck, Adilson dos Santos da Fonseca, bem que tentou se programar para guardar o benefício, mas vai pagar a pensão dos dois filhos e comprar roupas. “Se até dezembro não aparecer nenhuma despesa extra eu vou guardar a segunda parcela”, planeja.

Preocupado com o futuro, o agente de segurança Joselito Oliveira dos Santos já antecipou o pagamento da matrícula e das duas primeiras mensalidades da escola da filha. “Com o restante comprei calçados e roupas para o fim de ano. Na segunda parcela eu vou comprar as coisas para a ceia do Natal”, planeja. Já a funcionária pública, Maria Lilian de Freitas Lima, preferiu investir no sonho da casa própria e destinou toda a renda extra para uma construtora.

Alexandre Soares (Foto: Marina Fontenele/G1 SE)Alexandre Soares que poupar o 13º salário.
(Foto: Marina Fontenele/G1 SE)

"Espero depositar 80% do benefício porque venho me planejando para não somar dívidas ao longo do ano. Quero começar o ano novo com o pé direito e um pouco de reserva para no futuro poder adquirir um bem material ou fazer uma viagem em família”, revela o auxiliar de eventos Alexandre Soares Alves.

 

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