01/12/2013 08h30 - Atualizado em 01/12/2013 08h33

Agricultores de MT apostam no refúgio de soja contra as pragas

Produtores enfrentam uma forte infestação de lagartas nesta safra.
Técnicas de combate mudam, de acordo com a semente plantada.

Do Globo Rural

Produtores de soja de Mato Grosso estão enfrentando uma forte infestação de lagartas nesta safra. As técnicas de combate mudam, de acordo com a semente plantada.

Os produtores da região terminaram há poucos dias o plantio da safra e têm este ano uma preocupação a mais: está difícil o combate às várias espécies de lagarta que atacam a lavoura.

Em uma propriedade, em Lucas do Rio Verde, o agricultor só fez uma pulverização de inseticida nessa mesma época do ano passado. Este ano, já fez quatro.

O trabalho acontece à noite. Sem o calorão do dia, é possível ajustar o pulverizador para lançar gotas mais finas, diminuindo custos e melhorando os resultados.

Outra tecnologia que começou a ser usada é a soja transgênica de segunda geração, a RR2, que já ocupa 5% da área no estado. Do mesmo modo que a soja transgênica de primeira geração, ela é resistente ao herbicida Glifosato.

A diferença é que ela também tem uma toxina conhecida como "bt", capaz de eliminar as principais lagartas que atacam a soja. Características que convenceram o agricultor Giorgio Nava a testar a nova tecnologia em sua fazenda. "Esperamos que dê um resultado satisfatório, positivo, e que traga rendimento a mais do que já se tem com a primeira geração dos transgênicos", diz.

Uma vez que esta soja tem a toxina bt, para que ela seja eficiente, o agricultor deve plantar as chamadas “áreas de refúgio”. Elas servem para evitar que as lagartas fiquem resistentes ao transgênico. No refúgio, ao lado da soja RR2, é preciso plantar um outro tipo de semente. Pode ser a soja convencional, ou qualquer uma transgênica, desde que não contenha a toxina bt.

O plantio de áreas de refúgio não é uma novidade no brasil. Há algum tempo muitos produtores de algodão e também de milho adotam esta tecnologia já nas lavouras. Mas em se tratando de áreas de soja, esta é a primeira safra em que a medida é recomendada para os produtores.

O agricultor Giorgio fez o refúgio seguindo a orientação da empresa de sementes: numa área de 600 hectares, plantou a nova soja transgênica em dois talhões que somam 480 hectares. No meio e após o último talhão, colocou duas áreas de refúgio com 60 hectares cada uma. O refúgio tem que corresponder a 20% do plantio total.

O refúgio funciona assim: na população total de lagartas numa lavoura, algumas são resistentes à toxina bt. A tendência é que elas se multipliquem, gerando grupos cada vez maiores de lagartas resistentes.

Mas se elas cruzarem com as mariposas não resistentes que estão na área de refúgio, os filhos desse casamento tendem a ser novamente suscetíveis, isto é, perdem a resistência ao bt. O refúgio, portanto, limita o aumento do número de mariposas resistentes. “A manutenção desta tecnologia está na mão dos agricultores. O tamanho da preocupação é o tamanho da perda que nós teremos caso nós percamos esta tecnologia”, explica o agrônomo Rafael Carmona

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