Aplicativos de táxi fazem sucesso

Programas facilitam a chamada de corridas, mas incomodam cooperativas pelo país

Por Jéssica Ferrara; Alberto Cataldi


Tela do aplicativo Easy Taxi (Foto: Reprodução) — Foto: Auto Esporte

O táxi passour por uma atualização. Mais precisamente, o serviço de atendimento. Com apenas alguns toques no celular, é possível instalar apps, realizar um cadastro rápido e embarcar no táxi mais próximo da sua localização. Nada mais daquela dor de cabeça de dar sinal na rua. Bom para os passageiros, que podem escolher os carros de acordo com avaliações de usuários, e bom ára os motoristas, que não precisam temer assaltos.

“Em média, leva menos de 7 minutos da chamada até a chegada do táxi, o app procura veículos disponíveis de um raio de até 2 km do usuário”, explica Paulo Veras, Presidente da 99 Taxis, que conta com 1 milhão de usuários e 35 mil taxistas cadastrados no sistema. “O modelo cresceu muito rápido, melhorando muito a eficiência do sistema de táxi e facilitando o encontro entre taxistas e passageiros. Afora outras regalias que o serviço oferece, por exemplo, se algum pertence for esquecido no carro ele pode ser recuperado facilmente, além da conveniência adicional de escolher a forma de pagamento antes da corrida, muito útil para quem prefere pagar com cartão de crédito”, acrescenta Paulo Veras.

Tallis Gomes, criador do app Easy Taxi, que tem cerca de 100 mil taxistas e 5 milhões de passageiros cadastrados, afirma que a segurança é o melhor benefício do serviço. “O usuário, uma vez que baixa o app, terá o IMEI (o “CPF” do celular) validado, e se o motorista for assaltado, o passageiro pode ser facilmente localizado. O mesmo para o taxista, que tem habilitação, ficha criminal e veículo avaliados para garantir a segurança dos usuários e a regulamentação de cada região”, esclarece.

Com esses cadastramentos padrões nos aplicativos, o passageiro pode escolher os taxistas de acordo com suas preferências: se  aceita cartões de débito e crédito, se pode transportar animais,  se possui televisão e até mesmo wi-fi no carro. Sandro Barretto, gerente de marketing do app Taxibeat, explica que os usuários também podem avaliar a corrida posteriormente, com comentários. “A iniciativa de avaliação coletiva dos taxistas contribui para qualificar o serviço nas grandes cidades. O app resgatou a confiança entre taxistas e passageiros, e segue educando os taxistas para a melhora de sua conduta com os clientes”, conta sobre o app que tem 350 mil usuários e 16 mil taxistas cadastrados.

Tela do aplicativo Taxi Beat (Foto: Reprodução) — Foto: Auto Esporte

Quase ninguém sai perdendo

Segundo a estudante Raquel Duque, o serviço tornou tudo mais simples: “Eu uso muito cartão de crédito e débito, e quase nunca ando com dinheiro, o que me fazia perder muito tempo na procura de um táxi que aceitasse essas condições. Agora é mais prático e até mais seguro, quase não pego mais táxis na rua e nunca mais utilizei os serviços de Rádio Taxi”.

Para o administrador de empresas Jair Gonçalves, a espera pelos táxis das cooperativas era muito longa e tinha que ligar para o rádio táxi sempre meia hora antes, para se prevenir. “O app é pratico por ser rápido e funcionar bem em qualquer lugar, normalmente não espero mais  de 10 minutos por um táxi. A resposta instantânea, acredito, que seja o principal motivo do sucesso”.

O taxista Eli Antônio sentiu um acrescimento de quase 40% em sua renda depois de ter se cadastrado no aplicativo. “Com esse sistema, além do risco de assalto ser quase zero, você pode trabalhar com cartões, dinheiro e até depósitos na conta. Tive um aumento considerável em relação ao que eu ganhava ao dia”, explicou ele.

O mesmo aconteceu com o taxista Reinaldo Coccumazo que explicou que as empresas de rádio táxi são muito mais demoradas por uma série de procedimentos. “Até a cooperativa dar o retorno e chegarmos ao local, o passageiro acaba pegando outro táxi”, explica.“Além disso, a mensalidade das cooperativas são muito caras, e no caso dos app nós pagamos R$ 2,00 por cada corrida, e alguns ainda são gratuitos, como é a 99 Taxis. O lucro acaba sendo muito maior”.

Tela do aplicativo 99 Taxis (Foto: Reprodução) — Foto: Auto Esporte

Bom pra uns, ruim pra outros

Nem todos estão contentes com essa reviravolta. As tradicionais cooperativas têm perdido cada vez mais usuários e se sentem ameaçadas. Algumas estão com projetos de criar o próprio aplicativo, enquanto outras pedem a regulamentação do serviço nos municípios.

Em Curitiba, seis taxistas foram notificados pelo uso de apps que facilitam a chamada de táxis e foram aconselhados pelas Urbs (Urbanização de Curitiba) a não utilizar mais o serviço, alegando que a lei municipal exige um cadastro específico para liberar as operações.

As cooperativas usam a segurança como principal argumento, já que se o motorista cometer um crime, a empresa é responsabilizada pelo ocorrido. No caso dos apps, só o motorista é responsável, o serviço só ajuda a rastreá-lo.

Tela do aplicativo Resolve Aí (Foto: Reprodução) — Foto: Auto Esporte

Em nota no Facebook, a Urbs fez contato com empresas de aplicativos para entrar em algum acordo e abrir discussões sobre alterações na regulamentação. “Nenhum taxista foi ou será multado. Seis taxistas receberam uma notificação e apenas terão que comparecer à Urbs”, afirmou.

Em meio a isso, aplicativos como o Resolve Aí se destacam perante os outros.  A diferença é que ele só trabalha com cooperativas. “Nós localizamos o taxi de cooperativa mais próximo e o mandamos. Temos contrato com diversos fornecedores, no Rio de Janeiro temos 40 cooperativas e 8 mil carros. Nosso app é um agrupador de cooperativas”, explica o co-fundador Gabriel Silva.

Que a tecnologia não pode ser parada isso todo mundo sabe, e com a Copa do Mundo chegando aí os apps já estão em atualização. “A proposta do app é de novo modelo para o mercado. Não somos concorrentes. Estamos apresentando uma nova forma, e as empresas de cooperativa e rádio taxi apresentam modelos antigos e não se atualizaram com o decorrer do tempo, ficaram muito atrasadas na nova realidade”, explica Sandro Barreto, gerente de marketing da TaxiBeat.

Mais recente Próxima Futebol e automobilismo conquistam a Passarela do Samba

Leia mais