Em uma fazenda, em Sorriso, no norte de Mato Grosso, foram cultivados 280 hectares de algodão na safra passada.
No início de outubro, logo no início do vazio sanitário, o fiscal do Instituto de Defesa Agropecuária, Indea, esteve lá e não encontrou problemas, mas agora, na visita de retorno, encontrou plantas vivas de algodão no meio da lavoura de feijão.
O gerente explica as dificuldades para manter a área livre de invasoras. "Jogamos a química, mas sempre sobra muita soqueira por causa da época que é de seca, não tem umidade, então a absorção do veneno é pouca”, diz Clóvis Schaffer.
As chamadas soqueiras são os restos de plantas que ficam nas lavouras depois da colheita e que devem ser eliminadas antes do início do vazio. Se a limpeza não é bem feita, elas acabam brotando com a volta das chuvas.
“Sendo encontrada planta viva de algodão, a gente notifica o produtor para que seja feita a destruição em um prazo de até 15 dias. Depois disso, se o produtor destruiu, nós fazemos novo termo. Caso não tenha sido feita a destruição do algodão, aí o produtor é autuado e outras medidas são tomadas quando necessário”, explica Rodrigo Vicenzi, fiscal do Indea.
O vazio sanitário tem o objetivo de combater o bicudo do algodoeiro. Sem plantas para hospedar a praga na entressafra, a população fica mais controlada. O bicudo do algodoeiro é uma espécie de besouro de cor cinza ou castanha com grande capacidade de infestação. O ataque provoca queda dos botões florais e impede a abertura das maçãs, o que reduz de forma considerável a produção.
Durante o vazio sanitário, o Indea fez quase 600 fiscalizações em Mato Grosso, que resultaram em mais de 270 notificações e 22 autuações.