19/09/2013 19h08 - Atualizado em 20/09/2013 13h28

1º dia de greve dos bancários fecha ao menos 6,1 mil agências, diz Contraf

Paralisação atingiu os 26 estados e o Distrito Federal nesta quinta-feira, diz.
Em vários estados, agências amanheceram fechadas e com faixas.

Do G1, em São Paulo

Os bancários fecharam pelo menos 6.145 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em 26 estados e no Distrito Federal nesta quinta-feira (19), primeiro dia da greve nacional da categoria por tempo indeterminado, de acordo com balanço divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). De acordo com a confederação, há aproximadamente 20 mil agências bancárias no país.

Segundo a entidade, são 1.013 unidades paralisadas a mais que no primeiro dia da greve do ano passado (5.132), um crescimento de 19,73% .

"O balanço foi feito com base nos dados enviados até as 18h30 pelos 143 sindicatos que integram o Comando Nacional dos Bancários, que representa cerca de 95% dos 490 mil bancários do país", diz a Contraf, em nota.

Greve
Os bancários entraram em greve pelo país por tempo indeterminado nesta manhã.  Em vários estados, agências já amanheceram fechadas e com faixas nas portas.

A categoria aprovou a paralisação por tempo indeterminado nas assembleias realizadas em todo o país no dia 12 de setembro. Os bancos apresentaram a única proposta no dia 5 de setembro, diz a Contraf.

Na quarta, os trabalhadores decidiram, em assembleias, como organizar a greve de quinta-feira. Segundo a Contraf, cada sindicato tem autonomia para denifir como faz a greve, mas o objetivo é parar o maior número de agências possível.

Agências bancárias de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, amanheceram repletas de cartazes alusivos à greve (Foto: SÉRGIO MASSON/ESTADÃO CONTEÚDO)Agências bancárias de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, amanheceram repletas de cartazes alusivos à greve (Foto: SÉRGIO MASSON/ESTADÃO CONTEÚDO)

A paralisação pede maior reajuste salarial, melhores condições de trabalho, aumento do piso, entre outros. De acordo com a confederação, a proposta dos bancos "é inaceitável diante dos seus lucros gigantescos", diz a Contraf.

A categoria quer reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação), Participação nos Lucros e Resultado (PLR) de três salários mais R$ 5.553,15 e piso de R$ 2.860. Pede, ainda, fim de metas abusivas e de assédio moral que, segundo a confederação, adoece os bancários.

Canais alternativos
Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) disse que a população tem uma série de canais alternativos para a realização de transações financeiras além das agências bancárias.

"Os bancos oferecem aos clientes opções como os caixas eletrônicos, internet banking, o aplicativo do banco no celular (mobile banking), operações bancárias por telefone e também pelos correspondentes, que são casas lotéricas, agências dos Correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos comerciais credenciados", afirma.

Nesta quinta-feira, a Fundação ProconSP deu orientações para os consumidores diante da paralisação. Uma delas diz respeito à obrigação da empresa credora de oferecer outras formas e locais para que os pagamentos sejam feitos. Também é preciso entrar em contato com a empresa, pedir opções de formas e locais para pagamento e documentar essa solicitação, segundo o Procon.

O que os bancos oferecem
De acordo com a Contraf, a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) é de reajuste de 6,1% (inflação do período pelo INPC) sobre salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá etc). A proposta e de PLR de 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61 (o que significa reajuste de 6,1% sobre os valores da PLR do ano passado), além de parcela adicional da PLR de 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários, limitado a R$ 3.267,88.

Agência da Avenida Paulista permitia o acesso aos caixas eletrônicos   (Foto: Tahiane Stochero/G1)Agência da Avenida Paulista permitia o acesso aos
caixas eletrônicos (Foto: Tahiane Stochero/G1)

Em posicionamento sobre a paralisação, a Fenaban disse que "tem com as lideranças sindicais uma prática de negociação pautada pelo diálogo, que nos últimos 20 anos evoluiu de forma significativa, resultando numa valorização constante da Convenção Coletiva do Trabalho (CCT), que a diferencia e a torna única em relação a outras categorias profissionais."

Disse, ainda, que últimos anos tem sido recorrente que as lideranças sindicais tenham um calendário próprio para deflagração de greve, independente dos espaços de negociação.

"A Fenaban lamenta essa posição dos sindicatos, que causa transtorno à população, e reitera que a maioria das agências e todos os canais alternativos, físicos (autoatendimento, correspondentes) e eletrônicos, vão continuar funcionando normalmente.  Os bancos respeitam o direito à greve, entretanto, farão tudo que for necessário e legalmente cabível para garantir o acesso da população e funcionários aos estabelecimentos bancários", diz a nota.

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