Reuters

25/09/2013 12h35 - Atualizado em 25/09/2013 13h08

Encomendas de bens duráveis dos EUA sobem, mas incerteza fiscal pesa

Encomendas de bens duráveis avançaram 0,1% em agosto.
Vendas de novas moradias ficaram perto do menor nível no ano.

Da Reuters

As encomendas de bens duráveis dos Estados Unidos aumentaram levemente em agosto, em uma possível indicação de que as empresas estão freando os investimentos devido à incerteza com os gastos do governo.

Outros dados nesta quarta-feira (25) mostraram que as vendas de novas moradias nos EUA ficaram em agosto perto do menor nível no ano, um sinal de que a alta nas taxas de juros está pesando sobre a economia.

As encomendas de bens duráveis avançaram 0,1% durante o mês, impulsionadas pela forte alta nas encomendas de veículos, informou o Departamento de Comércio nesta quarta-feira.

O relatório também mostrou que os embarques de bens de capital não militares excluindo aeronaves aumentaram 1,3% durante o mês, rompendo dois meses seguidos de quedas.

A leitura desse chamado "núcleo" de embarques interfere diretamente nas estimativas do governo para o crescimento econômico total e o aumento sustenta a visão de que a austeridade do governo até agora só pesou de forma modesta na produção nacional. Mas as preocupações estão crescendo.

"As empresas ainda estão cautelosas em seus gastos de capital por causa do cenário econômico incerto", disse Annalisa Piazza, analista do Newedge Strategy.

Os dados, que englobam desde torradeiras até tanques, tiveram pouco impacto na confiança de Nova York, onde os olhares estão cada vez mais focados nos debates no Congresso dos EUA acerca dos gastos governamentais e a dívida nacional.

Preocupações com o rumo da política fiscal vêm crescendo, e as novas encomendas do núcleo de bens duráveis, que são vistos como medida de planos de gastos empresariais, aumentaram apenas 1,5% em agosto.

Isso ficou abaixo das expectativas de economistas e não foi suficiente para compensar a queda de 3,3% registrada em julho.

"O crescimento do terceiro trimestre no investimento em equipamento será bem fraco, mas o quarto trimestre deve ser notavelmente melhor", disse Paul Ashworth, economista da Capital Economics.

Setor imobiliário perde fôlego
O Congresso está atualmente correndo para alcançar um acordo que evite a paralisação da maioria das agências governamentais depois deste mês, quando os orçamentos irão vencer. Os parlamentares também têm que elevar o teto legal dos empréstimos do governo nas próximas semanas para evitar um calote (default) nas obrigações governamentais, o que pode ter um grande impacto sobre a economia.

Preocupações acerca desses debates ajudaram a levar o Federal Reserve a deixar inalterado seu programa de compra de títulos neste mês. O Fed vinha sinalizando que iria reduzir as compras mensais neste ano, o que levou a uma alta nas taxas de juros desde maio.

Essa alta está tirando força da recuperação no setor imobiliário norte-americano.

As vendas de novas moradias para uma única família cresceram 7,9% em agosto, para taxa anual de 421 mil unidades, informou o Departamento do Comércio. O ritmo das vendas ainda está perto de seu menor nível neste ano e o avanço não compensou a forte queda registrada em julho.

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