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Preços devem começar a subir em maio (Foto: Cedoc)

A alta dos preços internacionais do café arábica em 2014 ainda não afeta o bolso dos consumidores nos Estados Unidos, de acordo com reportagem publicada no blog do jornal The Wall Street Journal. Nas quatro semanas encerradas em 23 de março, o preço médio do grão moído nos EUA acumulava queda de US$ 0,30 frente igual período do ano anterior, cotado a US$ 8,65 por unidade, informou a consultoria IRI, cuja sede fica em Chicago. Já o preço do grão inteiro neste mesmo período recuou US$ 0,47 na comparação anual, para US$ 8,65/unidade, revelou a IRI.

Isso porque as grandes torrefadoras normalmente compram café com bastante antecedência, antes mesmo de as cerejas amadurecerem. Então pode levar meses para a alta dos preços da commodity refletir em despesas extras ao consumidor. "Nós começaremos a ver alguma reação até o começo de maio", disse Ross Colbert, estrategista global de bebidas do Rabobank, em Nova York. Segundo ele, há um atraso de 45 a 60 dias para a alta das cotações internacionais ser repassada ao consumidor.

A estiagem no Brasil reduziu drasticamente as expectativas para safra do País, mas a extensão dos danos só será calculada depois que os trabalhos de colheita se intensificarem, em maio. "Eu não acho que os varejistas e donos de marca queiram iniciar mudanças de preço até que haja uma visão mais clara", comentou Colbert. Ele prevê um aumento de 25% a 30% nos preços do café no varejo até meados de 2014. "Eu acho que provavelmente veremos incrementos."

O cenário deve ficar mais evidente, depois que empresas como a Starbucks Corp. e a Dunkin' Brands Group anunciarem os respectivos resultados trimestrais na quinta-feira (24). Mas os consumidores provavelmente não devem se deparar com uma alta imediata no custo da bebida. Os preços mais altos serão vistos primeiramente nos produtos vendidos em supermercados.