Preocupado com pragas e doenças, o monitoramento da lavoura de Júlio Cinpak passou a ser diário. A propriedade fica em Lucas do Rio Verde, norte de Mato Grosso.
Ele costuma vender a safra antecipadamente, mas está mais cauteloso desta vez, quer esperar o preço subir um pouco mais. “Este ano, a comercialização está em torno de 45% da safra, o ano passado nós já tínhamos, nessa época, comercializado em torno de 70%, quando os preços atingiram a faixa de R$ 45. A gente espera que até o final do ano ou início da safra, os preços girem em torno de R$ 50 reais para a gente travar o resto da safra", diz.
Segundo o Imea, Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária, os agricultores do estado comprometeram aproximadamente 44% da produção, enquanto que na safra passada, neste mesmo período, as vendas chegavam a 64%.
A desvalorização do real frente ao dólar também tem impacto sobre as vendas antecipadas.
"Se a gente olhar para a questão de reais, o preço está muito parecido, talvez alguma coisa em torno de R$ 2 menor quando comparado com o período do ano passado. O que temos de diferença é uma taxa de câmbio, que é de R$ 2,30, enquanto no ano passado, neste mesmo período, era R$ 2,10, então a relação preço reais versus dólar faz uma diferença significativa, porque o produtor compra os insumos basicamente em dólar e também comercializa a soja na moeda", explica Jaime Binsfeld, presidente de cooperativa.
Quem ainda tem soja da última safra para vender está conseguindo um ótimo preço. Em Cuiabá, o preço médio é considerado muito bom, cerca de R$ 65 a saca de 60 quilos. A explicação para o preço alto é a baixa oferta do produto neste momento – resta apenas 1% de toda a safra colhida em 2012/2013.
Otávio Celidônio, superintendente do Imea, fala mais sobre rentabilidade e a perspectiva para a próxima safra. Confira a entrevista no vídeo com a reportagem completa.
