Economia

Maioria das obras no Galeão deve terminar antes da Copa

Intervenções em andamento somam R$ 439,8 milhões. Novo concessionário terá que reavaliar reforma do terminal 1, que não será concluído pela Infraero

Aeroporto do Galeão: nova pista só gatilho será quando chegar a 262,9 mil pousos e decolagens por ano. Hoje, não chega a 200 mil
Foto: Genilson de Araújo / Agência O Globo
Aeroporto do Galeão: nova pista só gatilho será quando chegar a 262,9 mil pousos e decolagens por ano. Hoje, não chega a 200 mil Foto: Genilson de Araújo / Agência O Globo

RIO - Há três grandes obras em andamento no Galeão: a reforma no terminal 1, a reforma no terminal 2 e a revitalização do sistema de pistas e pátios. Juntas, essas obras somam R$ 439,85 milhões. A maioria delas tem previsão de entrega em abril de 2014, mas uma parte das obras do terminal 1 só ficará pronta depois da Copa do Mundo.

Por causa dessa pendências, as obras do terminal 1 terão de ser reavaliadas pelo novo concessionário, o consórcio Aeroportos do Futuro, formado por Odebrecht e Changi (Cingapura), que venceu o leilão do aeroporto carioca nesta sexta-feira . Espera-se que o consórcio “finque os pés” no Galeão entre maio e junho.

Essas obras consistem na revitalização da parte elétrica, eletrônica e de telecomunicações do terminal, além da ampliação da capacidade do aeroporto. Avaliadas em R$ 198,3 milhões, elas abrangem os setores A, B e C do terminal 1. O setor A, segundo a Infraero, será entregue pronto ao concessionário. O órgão afirma, no entanto, que o atraso nos setores B e C não afetará as operações do aeroporto durante a Copa.

As obras do terminal 1 foram iniciadas em agosto de 2012 e estão a cargo do consórcio Novo Galeão. Até setembro deste ano, apenas 35,7% da obra haviam sido executados. A previsão é que o setor A fique pronto em fevereiro. Nos setores B e C, “a reforma será reavaliada em conjunto com o novo concessionário”, disse a Infraero. Segundo a estatal, quando as obras foram planejadas ainda não havia a decisão de privatizar o aeroporto. Não se sabe se o consórcio vencedor arcará com os custos da obra não concluída, se isso ficará ainda a cargo da Infraero, ou de ambos.

Pelo cronograma do edital do leilão do Galeão, o novo concessionário assinará o contrato de concessão em março do ano que vem e começará a participar da gestão entre maio e junho. Num primeiro momento, a estatal exercerá uma gestão compartilhada. Se não houver contratempos, o concessionário assumirá integralmente em outubro de 2014. Mesmo assim, a Infraero estará presente no dia a dia do aeroporto, já que terá 49% do desenho final do consórcio.

No terminal 2, as obras também têm caminhado a passos lentos. Até setembro, apenas 43,51% delas haviam sido executadas, apesar de terem sido iniciadas em novembro de 2008. A previsão da Infraero é que sejam concluídas até abril de 2014. O valor do investimento é de R$ 156,39 milhões.

Com as reformas dos dois terminais, a capacidade do Galeão será ampliada dos atuais 17,4 milhões de passageiros por ano para 47,2 milhões de passageiros anuais em 2014, mais que o dobro da demanda prevista para o ano quem vem (20,2 milhões). A Infraero espera concluir ainda, até o fim deste ano, as obras de recuperação das pistas e dos pátios, orçadas em R$ 85 milhões.

Terminal terá 26 novas pontes

O novo consórcio terá de realizar obras previstas no edital, como a construção de um terceiro terminal de passageiros, uma terceira pista e mais um estacionamento, além de 26 pontes de embarque. No caso da terceira pista, a minuta do edital previa que as obras fossem iniciadas em 2018.

Mas a inquietação de comunidades da Ilha do Governador que serão remanejadas por causa da obra levou o governo a condicioná-las ao número anual de pousos e decolagens registrados no aeroporto carioca. O gatilho será quando essa movimentação de aeronaves atingir a marca de 262.900 pousos e decolagens por ano. Hoje, não chega a 200 mil.

O investimento total estimado para os 25 anos de concessão é de R$ 5,7 bilhões.

Em Confins, obras de R$ 430 milhões

Enquanto no Galeão a Infraero vai entregar o aeroporto ao novo concessionário com obras pendentes, em Confins (MG), a estatal prevê concluir todas as obras até abril de 2014. São R$ 430 milhões em obras, que envolvem a construção de um novo terminal de passageiros, a ampliação de capacidade do já existente e reforma da pista de pouco e do sistema de pátios. Hoje, Confins tem capacidade para 10,2 milhões de passageiros por ano. No ano que vem, com a conclusão das obras, o aeroporto poderá receber até 17,1 milhões de passageiros.

A reforma do terminal 1, já existente, está orçada em R$ 218,57 milhões. As obras foram iniciadas em setembro de 2011. Até outubro, haviam sido executados 36,39 % dos trabalhos. Há ainda a construção de um terminal remoto, o terminal 3, cujas obras começaram em agosto. Avaliadas em R$ 26,82 milhões, elas serão concluídas em março de 2014, diz a Infraero. Esse terminal terá área de embarque/desembarque e check-in totalmente independentes.

Em andamento também estão as obras de ampliação do pátio de estacionamento de aeronaves, que passará de 113 mil m² para 370 mil m². A pista de pouso e decolagem será ampliada para 3.600 metros de comprimento, ou seja, 600 metros mais do que a atual.

A construção do terminal 2 ficará a cargo do novo concessionário, liderado pelo consórcio Aerobrasil, que reúne a CCR e as operadoras Flughafen München (Munique, Alemanha) e Flughafen Zurich (Zurique, Suíça). Esse terminal seria construído por uma parceria entre Infraero e o governo do estado de Minas Gerais. Mas, quando o governo decidiu incluir Confins na lista de aeroportos a serem privatizados, decidiu-se que o vencedor do leilão seria o responsável pela obras.

Pelo edital do leilão, o novo terminal deverá ter no mínimo 14 pontes de embarque e deverá ser concluído em abril de 2016. O consórcio vencedor terá ainda que fazer uma nova ampliação do pátio e construir uma segunda pista. Esta deve estar pronta em 2020 ou quando o movimento das aeronaves atingir o gatilho de 198 mil pousos e decolagens por ano. O investimento total estimado ao longo de 30 anos de concessão é de R$ 3,5 bilhões.