O principal índice da BM&F Bovespa recuava na tarde desta quinta-feira, conforme o clima de ansiedade continuava a assolar os mercados no terceiro dia de paralisação do governo norte-americano e com os papéis da operadora Oi caindo com força.
O Ibovespa teve desvalorização de 1,15%, a 52.489 pontos. O giro financeiro do pregão foi de R$ 5,28 bilhões. Veja cotação
Na semana, a bolsa acumula queda de 2,33% e no ano, de 13,88%. No mês de outubro, há valorização de 0,29%.
As ações da Oi tiveram a maior queda do dia, de mais de 13% as preferênciais.
Depois de fechar seis das sete últimas sessões em queda, o índice abriu o dia no azul, mas passou a seguir a direção das bolsas nova-iorquinas, onde investidores se ressentiram da falta de progresso nos debates para tirar o governo dos Estados Unidos de sua primeira paralisação em 17 anos.
"A bolsa daqui está sendo influenciada em grande escala pelo cenário externo, com o Dow Jones pesando mais forte, e também está ocorrendo um pouco de realização de lucros depois da reação do mercado nos últimos três meses", afirmou o sócio da Zenith Asset Management, Guilherme Sand.
Segundo estimativas do Goldman Sachs, uma paralisação curta nos EUA pode reduzir o crescimento da maior economia do mundo em cerca de 0,2 ponto percentual, enquanto uma interrupção mais longa, com duração de semanas, pode diminuir o crescimento em 0,4 ponto percentual.
Além disso, dava um viés negativo aos negócios no mercado doméstico o fato de a agência de classificação de risco Moody's ter reduzido a perspectiva do rating soberano brasileiro para "estável", de "positiva", citando a deterioração da relação dívida/PIB, o nível dos investimentos e o fraco crescimento.
Ações
Os papéis da Oi foram as principais baixas do Ibovespa, com queda de mais de 13%, depois de terem subido na véspera, com investidores reavaliando os desdobramentos da fusão da operadora brasileira com a Portugal Telecom.
"No anúncio da fusão, houve uma certa euforia, o pessoal saiu comprando, achando que a ação estava barata e ia ter vantagem. Mas agora está analisando a complexidade da operação e a dívida da empresa, que vai ser maior", afirmou o analista Henrique Kleine, da Magliano Corretora.
Na noite de quarta-feira, a agência de classificação de risco Standard & Poor's colocou o rating "BBB-" em escala global da Oi em observação negativa, citando métricas de crédito mais fracas para a nova empresa do que as expectativas atuais para a empresa brasileira. "O mercado se deu conta hoje de que o acionista da Oi não vai ficar com grande parte dos benefícios da fusão", afirmou o analista da Quantitas Asset Management Daniel Bermúdez.
Apesar de a Oi ter sido destaque da sessão, a bolsa teve queda generalizada. Papéis de construtoras e de empresas de siderurgia e mineração também contribuíram para puxar o índice para baixo.