Economia

Economistas revisam projeções para o ano após recuo do PIB no 3º trimestre

Maiores alterações foram do Itaú e da Tendências, que reduziram previsões de 2,4% para 2,2%
Foto: Editoria de Arte
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RIO - O resultado pior que o esperado do crescimento da economia brasileira divulgado nesta terça-feira pelo IBGE e as alterações em números de 2012 anunciadas pelo instituto fizeram com que analistas e consultorias revisassem suas projeções para o crescimento do PIB em 2013. Com os novos dados, as estimativas, segundo seis consultorias e instituições ouvidas pelo GLOBO, passaram a variar entre 2,2% e 2,4%.

Não há consenso, no entanto, sobre a influência - positiva ou negativa - dos novos dados sobre os cálculos. Apesar de a maioria das projeções terem diminuído com o fraco resultado desta terça, outras ficaram mais otimistas, refletindo a revisão do PIB de 2012, que subiu de 0,9% para 1%.

A maior revisão negativa foi feita pelo Itaú. A queda de 0,5% fez com que o banco, que esperava, até segunda-feira, alta de 2,4%, revisse sua estimativa para alta de 2,2% neste ano. Silvia Matos, professora do Instituto de Economia Brasileira da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), também revisou para baixo suas projeções. A economista levou em consideração os dados fracos da agropecuária, que recuou 3,5%, puxando o PIB do terceiro trimestre para baixo. Por isso, reviu suas estimativas de 2,5% para 2,4%.

O desempenho do setor agropecuário também foi o principal motivo para a Tendências diminuir suas estimativas para crescimento neste ano. Assim como o Itaú, a consultoria passou a prever alta de 2,2% em 2013, ante projeção anterior de 2,4%.

“Do lado da oferta, a revisão mais importante deu-se na expectativa para o PIB agropecuário que deve crescer 8,2% ante a projeção anterior de 10,5%. A importante revisão nos primeiros dois trimestres deste ano, em conjunto com a queda mais pronunciada no terceiro trimestre, explica o ajuste mais significativo”, explicou a instituição, em nota.

Incertezas para 2014

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) também mudou de ideia, reduzindo sua previsão de 2,5% para 2,3%. A entidade destacou o resultado do comércio, que ficou estável (0%), abaixo das expectativas do setor, que previa crescimento, ainda que moderado. Fabio Bentes, economista da instituição, classificou o resultado como “decepcionante”. A CNC também revisou, de 2,3% para 2,1%, a estimativa de crescimento para 2014.

A consultoria LCA reviu de 2,6% para 2,4% a projeção para o crescimento de 2013, também com base no resultado surpreendente de queda de 0,5% do PIB do terceiro trimestre. Para o próximo trimestre, a consultoria espera alta de 0,9%.

Para 2014, o cenário ainda é incerto. Segundo Braulio Borges, economista-chefe da LCA, é a maior dispersão de projeções de analistas para o ano seguinte desde 2002. Citando dados da última pesquisa Focus, divulgada na segunda-feira pelo Banco Central, ele destaca que, para 2014, as previsões variam de crescimento de apenas 0,5% a alta de até 3,4%.

Na contramão das outras análises, Alex Agostini, da Austin Rating, revisou para cima sua estimativa, que já estava bem abaixo da média. A projeção passou de 2,1% para 2,3%. Para Sergio Vale, da MB Associados, acredita que a economia vá crescer 2,4% em 2013. Até esta segunda-feira, a previsão era de 2,3%.