Economia

Dilma reforça importância do Mercosul para Brasil e Paraguai

Em inauguração da linha de transmissão de energia da Hidrelétrica de Itaipu, a presidente ressaltou que o bloco comercial busca diminuir assimetrias entre os países

FOZ DO IGUAÇU (PR) - A presidente Dilma Rousseff declarou total apoio nesta terça-feira ao Paraguai no esforço de alavancar o desenvolvimento do país por meio de investimentos regionais. As declarações foram feitas durante o discurso de inauguração da linha de transmissão de energia da Hidrelétrica de Itaipu até a subestação de Vila Hayes, vizinha à capital Assunção. A solenidade, em Hernandarias, contou com a presença do presidente do Paraguai, Horácio Cartes, e dos diretores brasileiro e paraguaio de Itaipu.

— Esta obra é prova de que o Mercosul está forte e não se limita ao comércio, mas busca diminuir as assimetrias entre os países do bloco. Assimetrias estas bastante perversas — comentou a presidente, que completou: — Precisamos de iniciativas estruturais em âmbito regional e isto cabe ao Mercosul e à Unasul (...) Deve ser uma relação de ganha-ganha, essencial para o desenvolvimento da região, à geração de empregos e também à melhoria das condições de vida — disse.

A linha de transmissão, que já opera desde o dia 8 de outubro, tem capacidade para transportar 500 quilovolts (kV) de energia e deve resolver parte dos problemas de distribuição de eletricidade no Paraguai. Com a confiabilidade que o sistema garantirá à rede energética do país vizinho, espera-se uma onda de investimentos estrangeiros no plano de industrialização paraguaio.

— O mundo inteiro se despertou para o potencial do Paraguai e hoje o país é um verdadeiro ímã de investimentos. Empresários brasileiros estão vendo no “made in Paraguai” uma alternativa para manter sua competitividade — apontou o presidente Horacio Cartes ao destacar que outros projetos na área estão sendo estudados, como a construção de outras usinas — Vamos precisar de duas ou três novas usinas para responder à rápida demanda do país — afirmou.

Por causa da falta de estrutura do setor energético, o Paraguai utiliza menos de 10% da metade a que tem direito da produção de Itaipu - quantidade suficiente para atender 72,5% do consumo do país -, o restante é vendido ao Brasil. Com a obra, o Paraguai deve dobrar a capacidade de aproveitamento do que é produzido por Itaipu e passará a consumir mais o equivalente à metade da demanda de energia de Santa Catarina.

Ao todo, a linha de transmissão com 348 quilômetros de extensão, 759 torres e duas subestações custou cerca de US$ 320 milhões, pagos com recursos do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem). A maior parte dos recursos foi repassada pelo Brasil, além de 15% de contrapartida do governo paraguaio.