A safra 2013/2014 de soja em Mato Grosso do Sul vai começar a ser colhida somente a partir da próximo ano, mas alguns produtores rurais do estado já estão comercializando de forma antecipada o grão no mercado de futuros.
Um dos exemplos é o produtor Neri Decian, que cultivou 1.300 hectares em Dourados. Ele vendeu de forma antecipada 16% da produção esperada, 10 mil sacas, a R$ 53 cada uma. Entretanto, ele acredita que, ao contrário de anos anteriores, não fez um bom negócio desta vez.
“A procura por soja está muito grande. Eu já acho que não vai baixar dos R$ 70 [a saca] e eu vendi por R$ 53. Então hoje estou perdendo um bom valor com a negociação”, comenta.
Gilmar Souza, gerente de uma empresa que negocia grãos diretamente com os produtores também na região de Dourados, diz que aproximadamente 20% das compras são realizadas por meio de contratos futuros. Ele diz que nesta safra a média de aquisições está um pouco melhor, cerca de 5%, acima do que no mesmo período do ciclo anterior.
“O mercado esse ano teve picos de comercialização. O produtor procurou o mercado e nós conseguimos travar alguns contratos futuros”, explica.
O analista de mercado Wilson Finamore diz que o preço da soja no Brasil acompanha o mercado internacional, sofrendo forte volatilidade por conta da variação do dólar, e que a expectativa é que a cotação caia nos próximos meses, principalmente quando a colheita começar. Por isso, ele orienta que os agricultores realmente façam a negociação antecipada de parte da produção.
Na safra 2013/2014, os produtores rurais do estado plantaram, segundo dados do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga), da Associação dos Produtores da oleaginosa (Aprosoja/MS), 2,2 milhões de hectares. A projeção da entidade, é que se as condições climáticas favorecerem a lavoura, a produção chegue a 6,6 milhões de toneladas.
