07/10/2013 15h08 - Atualizado em 07/10/2013 19h41

Balança passa a ter superávit no ano com 'venda' de plataforma de petróleo

Na última semana, exportações tiveram melhor resultado semanal de 2013.
Saldo da semana passada foi melhor do ano e parcial de 2013 fica no azul.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

Com a venda de uma plataforma de exploração de petróleo, a balança comercial brasileira registrou, na primeira semana deste mês, um superávit (exportações menos compras do exterior) de US$ 1,85 bilhão, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) nesta segunda-feira (7).

Trata-se do melhor resultado semanal de 2013. O valor do superávit da última semana se deve inteiramente à venda de uma plataforma de petróleo ao exterior, uma vez que somente esta operação somou US$ 1,9 bilhão em exportações. Sem a venda da plataforma, o resultado da balança comercial da última semana seria deficitário – com mais importações do que vendas externas.

Na última semana, as exportações somaram US$ 6,06 bilhões, com média diária de US$ 1,51 bilhão (também a maior do ano, por conta da operação da plataforma de exploração de petróleo), ao mesmo tempo que as compras do exterior somaram US$ 4,21 bilhões na semana passada – média diária de US$ 1,05 bilhão.

Plataforma não foi, de fato, exportada
A plataforma de exploração de petróleo, que elevou as exportações no início de outubro e fez a balança comercial ter o melhor resultado semanal do ano (e retornando ao azul na parcial de 2013) não foi, de fato, exportada.

Trata-se da P-55, que deixou o Rio Grande, no sul do Rio Grande do Sul, neste domingo (6) e começou a viagem rumo à Bacia de Campos, no Rio de Janeiro – onde entrará em funcionamento. Nesse tipo de operação, as plataformas são compradas de fornecedores brasileiros por subsidiárias da Petrobras no exterior, e depois internalizadas novamente no Brasil como se estivessem sendo "alugadas" à estatal no país.

A operação, embora infle artificialmente o saldo da balança comercial, não é considerada ilegal, uma vez que foi feita ao amparo do Repetro (regime especial do setor). Esse tipo de expediente vem sendo usado desde 2004, e a operação da P-55 é a quarta realizada apenas este ano.

Parcial do ano fica no azul
Com o resultado da semana passada, a balança comercial brasileira passou a ter um resultado superavitário na parcial deste ano. No acumulado de janeiro até 6 de outubro, as exportações superaram as compras do exterior em US$ 246 milhões.Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas

Até setembro, o saldo estava negativo em US$ 1,6 bilhão – o pior, para este período, em 15 anos. Esta é a primeira vez, neste ano, que o saldo comercial acumulado de 2013 fica superavitário (com mais exportações que compras do exterior).

Apesar de estar no "azul", o resultado positivo da balança comercial registrou, na parcial de 2013, uma queda de 98,5% frente a igual período do ano passado – quando foi apurado um superávit de US$ 16,5 bilhões.

O fraco desempenho da balança comercial neste ano acontece em meio à crise financeira internacional, que tem gerado queda do comércio mundial, e, segundo o governo federal, também está relacionado com o atraso na contabilização da importação de combustíveis e derivados.

O atraso na contabilização das importações de combustíveis aconteceu porque, em julho de 2012, a Receita Federal editou a instrução normativa 1.282, que concedeu um prazo de até 50 dias para registro das importações de combustíveis e derivados feitas pela Petrobras.

Normalmente, as empresas têm 20 dias para fazer o registro. Cerca de US$ 4,5 bilhões em importações de petróleo e derivados que aconteceram, de fato, em 2012 foram contabilizadas somente neste ano.

Ano de 2012 e expectativa para 2013
Em todo o ano de 2012, o superávit da balança comercial brasileira somou US$ 19,43 bilhões, o menor saldo positivo em dez anos. Com isso, o superávit da balança comercial registrou queda de 34,7% em relação ao ano de 2011, quando o superávit totalizou US$ 29,79 bilhões.

Para 2013, ano que ainda será influenciado pelos efeitos da crise financeira internacional e pela concorrência acirrada pelos mercados que ainda registram crescimento econômico – como é o caso do Brasil –, os economistas dos bancos, assim como a autoridade monetária, acreditam que o valor do superávit da balança comercial (exportações menos importações) registrará forte queda, atingindo US$ 2 bilhões.

veja também
Shopping
    busca de produtoscompare preços de