Edição do dia 29/07/2015

29/07/2015 07h14 - Atualizado em 29/07/2015 07h21

Pesquisa revela que só 30% dos homicídios acabam em condenação

Cenário mostra o retrato da impunidade no Brasil.
Tempo médio para julgamento é de sete anos.

Bernardo MenezesRio de Janeiro

Uma pesquisa que vai ser divulgada no Fórum de Segurança Pública, que acontece no Rio de Janeiro, revela que só 30% dos homicídios acabam em condenação e que o tempo médio para julgamento é de sete anos.

Faz sete anos que a família aguarda o julgamento dos acusados de matar a filha. A engenheira Patrícia Amieiro desapareceu na noite de 14 de junho de 2008, quando voltava para casa, na zona oeste do Rio de Janeiro, depois de uma festa.

Na época, as investigações apontaram que quatro policiais militares estavam envolvidos na morte e no sumiço do corpo, até hoje não encontrado. A Justiça já determinou que o destino dos militares seja decidido em júri popular, mas eles recorreram da decisão. O recurso ainda tramita no STJ, em Brasília.

“A gente não tem paz. Desde o momento que fizeram essa maldade com nossa filha, a gente não tem paz”, diz Antônio Celso Franco, pai de Patrícia Amieiro.

A história de Patrícia é um retrato da lentidão da Justiça brasileira. Uma pesquisa mostra que os assassinatos levam, em média, sete anos para serem julgados no país e apenas 8% dos casos chegam aos tribunais. Muitos casos são arquivados por falta de provas.

De acordo com o levantamento feito a pedido da Secretaria de Reforma do Judiciário, do Ministério da Justiça, 20% dos processos de homicídios dolosos vão para a gaveta por conta da fragilidade das provas. Em 10% dos casos, a ação é arquivada porque o réu morreu. Em média, 40% dos acusados são absolvidos e só 30% são condenados.

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