Economia

Faltando pouco mais de um ano para o fim, PAC 2 tem 69% das obras concluídas

Miriam Belchior disse que programa atingiu a ‘velocidade de cruzeiro’

BRASÍLIA - O governo conseguiu executar 67,2% dos investimentos previstos dentro do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento) até 2014, com um volume de R$ 665 bilhões. Do total das obras previstas, foram 69% de ações concluídas, ou R$ 488,1 bilhões. Faltando pouco mais devem ano para o fim e com 31% fé obras sem conclusão, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse que o governo "não esta preocupado com os efeitos do ano eleitoral na execução do PAC".

- A preocupação não é maior ou menor do que os outros anos em 2014 -

disse Miriam.

Segundo a ministra, o PAC tem Legislação especifica que garante repasse de recursos, mesmo em amo eleitoral. Ela admitiu que os empenhos deverão acelerar até o final do ano, porque apenas 62% do OGU de 2013 foram empenhados. .

Do volume global empenhado de R$ 665 bilhões em investimentos, R$ 217,4 bilhões são de financiamento habitacional; as estatais ficaram com R$ 178,3 bilhões e o setor privado, com R$ 129,9 bilhões.

Mas, de recursos do Orçamento Geral da União (OGU), foram R$ 67,4 bilhões de apenas PAC e mais R$ 60,3 bilhões do Minha Casa, Minha Vida.

Os valores pagos dentro do OGU somaram R$ 34,9 bilhões, num aumento de 17,5% em relação ao mesmo período de 2012. Os valores empenhados, ou seja, com promessa de pagamento futuro, também aumentaram 12,4% em relação ao mesmo período de 2012, chegando a R$ 38,1 bilhões.

Os dados foram apresentados por Miriam Belchior e pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, dentro do 8º balanço do PAC. O PAC 2 tem execução prevista de 2011 a 2014.

Mantega analisa cenário econômico

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez um balanço do quadro macroeconômico, mostrando um cenário otimista, reforçando que os fundamentos da economia estão mantidos, com controle da inflação, resultado fiscal sólido, e câmbio flutuante. Ele admitiu que o crescimento do país em 2013 foi o segundo pior desde o começo da crise financeira, em 2008, mas afirmou que com a saída dos Estados Unidos do impasse sobre o orçamento os rumos da economia mundial devem mostrar melhora.

-O desempenho da economia brasileira está indo razoavelmente bem, e se a economia mundial melhora, podemos potencializar esse crescimento ( no Brasil) - disse. - Este ano no segundo trimestre tivemos 1,5% de crescimento, que foi satisfatório. E a recuperação da economia brasileira é clara, em situações adversas, porque o comércio internacional não está crescendo, houve várias turbulências, com o FED e agora o orçamento ( americano) . Mas estamos conseguindo essa trajetória.

Mantega afirmou que o consumo está crescendo no país, mesmo com o crédito escasso e que é esperado crescimento nas vendas no comércio.

- Como a inflação foi revertida, isso aumenta o poder de consumo. Estamos vendo que a inadimplência está em trajeto ria de queda. Também está caindo o comprometimento da renda familiar. A condição da renda da família está melhorando e ela estará apta a tomar crédito assim que o mercado abrir um pouco para o financiamento, e teremos uma trajetória crescente do comércio - disse.

O ministro reforçou que o país tem fundamentos e econômico sólidos, o que permite o crescimento da economia. Ele citou, entre esses fatores, o controle da economia, solidez fiscal, reservas internacionais volumosas, e a dívida interna e externa sob controle.

Sobre o câmbio, o ministro reforçou que o patamar atual do dólar dá mais competitividade para a indústria brasileira e o setor agrícola.

O ministro afirmou também que no ano que vem o crescimento do país será puxado por investimentos, com crescimento apenas moderado do mercado interno.

Além disso, ele projetou que o investimento deve chegar a 24% do PIB até 2022, contra os 18% atuais.

PAC em velocidade de cruzeiro

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse que o PAC 2 atingiu a "velocidade de cruzeiro", afirmando que as obras estão sendo executados num ritmo intenso. Segundo ela, de abril a agosto, for Investidos R$ 107,7 bilhões. Miriam fez questão de defender a boa execução do PAC.

- Cada relatório que venho aqui mostrando que o atual supera bastante os anteriores - disse Miriam.

Mas ela admitiu que as obras com menor valor é que enfrentam mais dificuldades e ganham o selo de " atenção".

No caso dos aeroportos, foram 21 ações concluídas e 25 ainda em andamento. Segundo a ministra, a análise da situação das ações do PAC mostra que há mais problemas nas ações menores.

Miriam disse que foram definidas as prioridades para a execução de obras de mobilidade urbana, com os R$ 50 bilhões já anunciados pela presidente Dilma Rousseff. A ministra afirmou que o governo recebeu demandas de R$ 84 bilhões dos estados e municípios, mas que muitos gestores não tinham projetos já definidos para obras de mobilidade urbana.

- A maior parte do que nos foi apresentado ainda não possuía projetos. Consideramos isso relativamente natural, pois não tinha, até há pouco tempo, recursos para mobilidade urbana no nosso país - disse.

Para ajudar na criação dos projetos, a ministra disse que o governo irá destinar parte dos recursos para esse fim. Segundo a ministra, Já foram definidos a destinação de R$ 13,5 bilhões, para 23 empreendimentos, que incluem obras na região metropolitana do Rio. Desse total de recursos, R$ 169 milhões serão usados para ajudar na confecção de projetos, que Miriam estima que vão demandar mais R$ 7 bilhões em obras.

A ministra também afirmou que a prioridade para a destinação dos recursos será para as obras que têm condição de serem iniciadas mais rapidamente, com propostas que já estão mais maduras.