Economia

Mantega: meta de superávit primário de 2,3% pode não ser cumprida

Segundo ministro, resultado fiscal depende de estados e municípios

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu nesta quarta-feira que o governo poderá realizar um superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) inferior aos 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) prometidos pela equipe econômica para 2013. Segundo ele, o governo central (composto por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) fará uma economia equivalente a R$ 73 bilhões, ou 1,5% do PIB. O restante, no entanto, caberá a estados e municípios, que estão com um desempenho fiscal fraco.

- Para se chegar em 2,3% do PIB, os estados e municípios teriam que fazer um primário cheio (a meta desses entes é de R$ 47,8 bilhões). Eu sempre garanti que o governo central faria a sua parte, R$ 73 bilhões. Se estados e municípios fizerem (a sua parte), nós alcançaremos (a meta). Se não, vai ser a diferença. Eles fizeram R$ 18 bilhões até agora e terão que melhorar até o final do ano - disse o ministro.

Mantega também admitiu que a equipe econômica poderá abater mais do que R$ 45 bilhões com investimentos e desonerações da meta oficial:

- Colocamos (uma previsão) de R$ 45 bilhões. Vai depender do resultado que tivermos. Se for necessário, abateremos mais.

Mesmo assim, o ministro negou que haja algum descontrole das contas públicas. Segundo ele, O desempenho do primário em 2013 é um reflexo da fraca atividade econômica no ano passado, que impacta a arrecadação, e também das desonerações que foram dadas para estimular a economia.

- O governo tem total controle fiscal. Tivemos apenas um ano um pouco mais difícil porque a atividade econômica, que está se recuperando só este ano. Também as desonerações diminuíram a arrecadação temporariamente, mas elas vão se traduzir em empresas mais competitivas, que vão faturar mais. Estamos numa fase transitória _ disse Mantega, acrescentando:

- Não há nenhum descontrole, o que há são alguns momentos de primário menor localizado em alguns meses.

Segundo o ministro, embora o primário de setembro tenha sido um dos piores da história, os resultados dos próximos meses serão melhores:

- Em outubro, os dados vão ser melhores. Cada mês será melhor até o fim do ano. Devemos fechar o ano com a previsão para o governo central próxima daquilo que estávamos programando.