26/09/2013 11h49 - Atualizado em 26/09/2013 11h52

Fila do desemprego anda, mas ainda não aquece o mercado, mostra IBGE

População ocupada cresce em números absolutos, mas não em proporção.
Indústria voltou a demitir no mês, mas construção e comércio contrataram.

Lilian QuainoDo G1, no Rio de Janeiro

A taxa de desemprego de 5,3% em agosto, a menor para um mês de agosto desde o início da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), em 2002, mostra um mercado de trabalho estável, mas ainda não aquecido. Isso porque a população ocupada aumentou em 90 mil trabalhadores, absorvendo 83 mil desocupados registrados em julho, mas a proporção dessa população mantém-se estável: em agosto significou 54,2% da população em idade ativa, praticamente mesmo percentual de julho e de agosto de 2012: 54%. Em 12 meses, foram criados 274 mil empregos.

A população inativa – aquela que sequer estava procurando emprego – também caiu, com menos 11 mil pessoas nessa situação em relação a julho, e parte delas pode ter já entrado no mercado de trabalho, entre os 90 mil novos trabalhadores.

Cimar Azeredo, da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que nesta quinta-feira (26) apresentou os resultados da PME de agosto, explica que o movimento do mercado é suficiente para fazer andar a fila dos desempregados, mas a criação de novos empregos ainda não muda o quadro de estabilidade: a média de desocupação do período de janeiro a agosto, de 5,7%, é a mesma registrada em igual período de 2012, explica o coordenador.

A indústria, que em julho voltara a contratar após ter demitido em maio, de novo corta postos de trabalho, com 3 mil trabalhadores menos no setor em relação a julho e menos 98 mil na comparação com agosto de 2012. Os setores que mais contrataram em agosto foram educação, saúde e administração pública, construção e serviços de hospedagem, alimentação e turismo.

Um dado que o pesquisador ressaltou, considerado positivo, foi o aumento do emprego com carteira assinada no setor privado, 3,1% em 12 meses, e a queda do número de trabalhadores sem carteira, 6,2% na mesma comparação. O quadro é mais expressivo em São Paulo, onde 137 mil trabalhadores passaram a ter carteira assinada em agosto, na comparação com julho; na comparação com agosto de 2012, são 230 mil.

Cimar chamou a atenção para o mercado da Região Metropolitana de Salvador, na Bahia, que, ao contrário das demais pesquisadas (Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo), teve alta na população desocupada, somando um aumento de 56,6% na comparação com agosto de 2012.

“Salvador mostrou um quadro diferenciado na taxa de desocupação. Ainda não sabemos o porquê. Vamos acompanhar os próximos meses”, disse.

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