O presidente
Carlos Miguel Aidar tomou posse na noite de quarta-feira no São Paulo. Em sua
primeira entrevista coletiva, falou sobre a volta ao cargo que ocupou na década
de 1980. Entre os principais pontos, disse que pretende criar um fundo de
captação de recursos com a colaboração de são-paulinos para investir em grandes
jogadores e confirmou a previsão do antecessor Juvenal Juvêncio sobre o futuro
de Rogério Ceni, que deverá se aposentar no fim deste ano.
- Ele será
um dos maiores treinadores do futebol brasileiro.
Confira os
principais pontos da entrevista:
DESISTÊNCIA DA OPOSIÇÃO
- Foi uma
disputa eleitoral até quase o último minuto do jogo, quando houve a
desistência. É um reencontro com o São Paulo. A vitória eleitoral se daria de
qualquer maneira. Fico muito triste porque eles fizeram uma campanha de mais de
um ano e desistiram nos últimos minutos. Foram horas de trabalho, promoção, publicidade,
empenho, luta, corpo a corpo, custos altos para o São Paulo montar aquela
estrutura eleitoral para o cidadão parar de brincar. Pareceu uma brincadeira de
muito mau gosto.
KALIL
- Eu o tinha em
bom conceito, era um amigo que eu trouxe para o São Paulo, assim como o Leco, o
Juvenal, o Marcelo Portugal Gouvêa. São todos crias minhas. De repente, ele se
afasta um ano antes, vira oposição depois de 11 anos na diretoria jurídica, e
no último momento sai do ringue. Fiquei muito decepcionado com sua atitude.
Acho que o São Paulo não merecia isso.
COBERTURA
- Há duas
arenas novas chegando ao mercado brasileiro, as do Corinthians e do Palmeiras.
Essa cobertura traz o São Paulo para a modernidade dos estádios padrão Fifa. A
arena multiuso proporcionará todos os grandes espetáculos: eventos, shows,
competições, tênis, lutas de MMA, orquestras, vestibulares, encontros
religiosos. É uma pena porque se não tivermos isso aqui, as outras duas serão
palcos dos grandes eventos. O Morumbi vai servir apenas para o São Paulo mandar
seus jogos, nada mais.
O QUE REPETIR DA GESTÃO DOS ANOS 80?
- Um
entrosamento maior da base com o profissional. As categorias de baixo tinham o
mesmo modelo do time principal, os treinadores eram obrigados a ver os treinos
do time principal. Quero trazer de volta o time aspirante, que fazia
preliminares antes dos jogos da equipe principal. É uma oportunidade de
preparar um menino da base, usar um jogador que está voltando de lesão ou
punido por cartões. Isso mantém um time em atividade.
NOVAS DIRETORIAS
- Quero criar
uma diretoria comercial e uma de relações institucionais. Ainda não tenho
nomes. Criarei uma diretoria feminina que será da Mara Casares (esposa de Júlio
Casares). E vou adiantar um só nome para que cessem as especulações. O
vice-presidente do clube, no lugar do Leco, será o Roberto Natel. Espero até o
fim do mês anunciar todos os diretores.
DIRETORIA DE FUTEBOL
- O Ataíde
(Gil Guerreiro) foi meu opositor há 30 anos, depois ficamos amigos. Para ser
vice, é preciso ser conselheiro vitalício, e ele é um. Mas não posso falar com
ele antes de conversar com o Juvenal e o João Paulo. Quero ver se defino a
diretoria de futebol até esse fim de semana para apresentar aos jogadores. Não
sei se conseguirei até domingo, mas vou tentar.
CONTRATAÇÕES
- Quero criar
um fundo de captação de recursos de investimentos para o São Paulo. Não é para
dar a terceiros. Qualquer são-paulino que puder dispor de um, mil ou um milhão
de reais pode investir. O fundo soma recursos para comprar jogadores, vender e
remunerar esses cotistas, manter jogadores cujos salários fogem da realidade.
ROGÉRIO CENI
- Ele será o
que quiser, mas jamais será um diretor. A visão de jogo que ele tem, os
comentários que faz do time do São Paulo. Ele vai ser, sem dúvida, um dos maiores
treinadores do futebol brasileiro. Espero que venha ser no São Paulo quando
ganhar experiência, maturidade, passar pelo exterior. Talvez o Muricy já esteja
cansado de ganhar títulos no São Paulo e queira parar. Acho que o Rogério tem
perfil, é líder, entende de futebol, sabe analisar comportamento, entende
motivação e garra. Ele é diferente, por isso é o Rogério Ceni, o maior ídolo da
história do São Paulo.
BASE OU REFORÇOS?
- O ideal
seria formar um time inteiro na base. O São Paulo tem um orçamento de 28
milhões de reais na base. Isso não quer dizer que o time todo precise ser
formado na base. Se houver oportunidade de trazer um grande jogador, tenha 31, 32, 33, 34
anos, vamos trazer.