Economia

Brasil recebe mais turistas, porém, diminuem os gastos

Com dólar alto, número de visitantes deve crescer 5% este ano. Até agosto, despesas caíram 0,5%
Ajudinha do dólar. Em 2013, pela primeira vez na história, Brasil receberá mais de 6 milhões de turistas. Na foto, Praia do Sancho, em Fernando de Noronha, considerada pelo jornal inglês “The Guardian” a mais bonita do mundo Foto: Sérgio Vieira
Ajudinha do dólar. Em 2013, pela primeira vez na história, Brasil receberá mais de 6 milhões de turistas. Na foto, Praia do Sancho, em Fernando de Noronha, considerada pelo jornal inglês “The Guardian” a mais bonita do mundo Foto: Sérgio Vieira

BRASÍLIA - A alta do dólar frente ao real deve contribuir este ano para um incremento em torno de 5% no número de turistas estrangeiros que visitam o Brasil, percentual acima da média mundial, estimada entre 3,5% e 4%. A previsão é do presidente da Embratur, Flávio Dino. Contudo, os gastos de visitantes de outros países registraram uma leve queda. De acordo com o Banco Central, nos oito primeiros meses de 2013, os estrangeiros deixaram aqui US$ 4,536 bilhões, ante US$ 4,559 bilhões em 2012, num recuo de 0,5%.

Em 2013, pela primeira vez na história, o número de visitantes no país vai ultrapassar seis milhões, acredita Flávio Dino. A principal razão, diz, é que o turista já desembarca no Brasil sabendo que os produtos custam entre 20% e 25% menos em dólar que no início do ano, granças à desvalorização do real. Ele admite que a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude contribuíram para o crescimento, mas enfatiza que o câmbio é fator decisivo nesta conta.

Dados da Embratur mostram que, de janeiro a agosto de 2013, o volume de turistas mexicanos no país aumentou 31,5% em relação ao mesmo período de 2012; o de colombianos, 22,4%; o de peruanos, 12,8%; o de americanos, 4,7%; e o de espanhóis, 3,7%. No Rio, por exemplo, o gasto médio per capita ao dia é de R$ 550,30 em hotelaria. Excluindo a hospedagem, o valor cai a R$ 150.

Brasileiros gastam mais

Segundo Dino, o dólar alto ajudará a frear o ímpeto dos brasileiros em gastar no exterior e, com isso, a conter o déficit em conta corrente no Brasil, que deverá fechar em US$ 75 bilhões, conforme estimativa do BC. De janeiro a agosto, os gastos com viagens no exterior somaram US$ 16,8 bilhões, recorde histórico. Dino espera que cheguem a cerca de US$ 17 bilhões até o fim do ano.

— Estamos caminhando para um déficit gigante. Enquanto o brasileiro compra muito (lá fora), as aquisições do estrangeiro que vem aqui são bem mais modestas. O turista que vem ao Brasil não compra tênis, enxoval de bebê, roupas e eletroeletrônicos.