O adversário era o temido e estrelado Pinheiros, atual vice-campeão da América, mas o Mogi das Cruzes foi contra todos os prognósticos e fez história na noite desta quinta-feira, ao bater o adversário por 86 a 68 e encerrar a série dos playoffs oitavas de final do NBB em 3 a 1, garantindo vaga para pegar o Limeira na próxima fase (veja no vídeo ao lado).
Um dos responsáveis pelo triunfo mogiano foi o pivô Daniel Alemão, que
anotou mais um duplo-duplo na competição ao marcar 17 pontos e apanhar 15 rebotes. O ala
Ted Simões também contribuiu com cinco seus chutes de três certeiros e marcou 18 tentos.
O armador Gustavinho Lima também apareceu bem ao distribuir sete assistências
- Estou muito feliz, não sei nem o que falar. Quero agradecer de coração a torcida, que de novo foi o sexto homem e fez toda a diferença para a gente. Ter o apoio de mais de 5 mil pessoas aqui não tem nem o que falar - disse Alemão.
FOTOS: VEJA IMAGENS DIFERENTES DA CLASSIFICAÇÃO DO MOGI
No lado do Pinheiros, destaque para o ala-pivô Rafael Mineiro, cestinha com
21 pontos. Em uma noite em que foram engolidos pelos mogianos, as estrelas pinheirenses não conseguiram repetir o desempenho de boa parte do campeonato, e, ao lado de seus companheiros, deram adeus ao torneio.
- Faltou defesa. Depois do primeiro jogo não conseguimos mais acertar e nos defender bem. Levamos muitos chutes de três e isso fez diferença na série. O Mogi está de parabéns - lamentou Mineiro.
Mais uma vez apoiado por 5 mil torcedores presentes no Ginásio Hugo Ramos, o time do técnico Paco García apresentou intensidade e volume de jogo para brecar o poderoso ataque do adversário, que contava com Shamell e Joe Smith, e eliminar o time da capital do torneio. É a primeira vez que o Pinheiros cai nas oitavas do NBB.
O JOGO
Com a intensidade das arquibancadas parecendo transbordar para dentro de quadra, quando a bola subiu a disputa começou equilibrada e nervosa, com muito contato físico dos dois lados. Assim, faltas, encontrões e quedas eram inevitáveis. Quando as equipes se controlaram o jogo começou a fluir, mas já passava da metade do primeiro quarto.
Mogi e Pinheiros apostavam no jogo externo, até mesmo com os pivôs, como Alemão e Mineiro. Iguais desde os primeiros segundos, os times faziam uma disputa de gato e rato no Hugo Ramos, sem ninguém deslanchar no marcador. Melhor nos detalhes e com três bolas de três pontos certeiras de Ted Simões, o Mogi fechou a primeira parcial vencendo por 22 a 20.
A disputa pela dianteira do placar continuou acirrada no segundo período, embora a produtividade dos ataques tenha caído. Mogi melhorou a defesa e colocou sete pontos de frente na metade do quarto (31 a 24), enquanto o Pinheiros não conseguia desenvolver suas jogadas para as conclusões de Shamell e Joe Smith.
O time da capital começou a fazer suas trocas apenas quando restavam quatro minutos para o intervalo, e quem saiu do banco de reservas, principalmente Tavernari, melhorou o desempenho da equipe paulistana, que cortou a diferença para dois pontos. Mesmo assim, a vantagem construída até então deu fôlego para o Mogi ir aos vestiários na frente: 41 a 39.
Na volta para o segundo tempo o Pinheiros parecia outra equipe. Mais equilibrados na frente, os comandados do técnico Cláudio Mortari viraram a partida nos segundos iniciais, mas os donos da casa mantinham seu volume de jogo. Com quatro minutos para o fim do terceiro quarto o duelo estava empatado em 47 a 47 e os dois times voltaram a desperdiçar posses.
Com o Hugo Ramos em frenesi com os mais de 5 mil torcedores, os mogianos retomaram a boa postura defensiva, que até então havia limitado Shamell, cestinha do campeonato, a apenas três pontos. Sob comando da força de Alemão e da precisão de Ted Simões, Mogi levou sete pontos de frente para a parcial decisiva (61 a 54).
Com a possibilidade de ser eliminado pela primeira vez na história do NBB nas oitavas de final, o Pinheiros entrou no quarto período apertando a marcação sobre o Mogi. Porém, assim como no jogo 3, as vozes que vinham das arquibancadas funcionaram como combustível para os mogianos, que se mantiveram firmes na defesa e sem dar espaços para as individualidades do rival.
Muito nervosos com o resultado adverso, os jogadores do Pinheiros sucumbiram a pressão da torcida e ao forte sistema de jogo do Mogi das Cruzes, passando a fazer diversas faltas e discutir com a arbitragem em cada lance. O técnico Cláudio Mortari também reclamava de tudo e de todos. Enquanto isso, o Mogi das Cruzes, que não tinha nada a ver com a história, confirmava sua vaga nas quartas de final da competição. Final de jogo, 86 a 68 para o Mogi.
Escalações
Mogi das Cruzes: Gustavinho, Filipin, Ted Simões. Marcus Toledo e Daniel Alemão. Entraram: Jeff Agba, Jefferson Campos, Jason Smith e Sidão.
Pinheiros: Joe Smith, Shamell, Lucas Dias, Rafael Mineiro e Bábby. Entraram: Toyloy, Jonathan Tavernari, Bambu e Humberto.