Edição do dia 17/08/2015

17/08/2015 07h49 - Atualizado em 17/08/2015 11h17

Manifestantes protestam contra o governo em todos os estados e no DF

Centenas de milhares de pessoas foram às ruas para protestar contra a corrupção, o PT e pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Centenas de milhares de brasileiros foram para rua protestar contra a corrupção, o PT e pediram o impeachment da presidente Dilma.

Foi o terceiro protesto em cinco meses e o primeiro em que o ex-presidente Lula foi fortemente criticado pelos manifestantes.

O portal de notícias da Globo, o G1, fez um levantamento com os organizadores das manifestações e também com a PM sobre o tamanho desse protesto. Os protestos deste domingo (16) se espalharam por 205 cidades, em todos os estados e no Distrito Federal.

Pelas contas dos organizadores, 2 milhões de manifestantes saíram às ruas. Já a Polícia Militar calcula que foram 879 mil pessoas.

O protesto de domingo foi maior do que o último no dia 12 de abril, quando 1,5 milhão de pessoas participaram pelos cálculos dos organizadores. Ou 701 mil pelos números da polícia. Em 15 de março, foram 3 milhões para os organizadores. E 2,4 milhões nas contas da PM.

Os números dos protestos deste domingo (16) não incluem o Rio – porque a PM não divulgou um balanço. E os diferentes grupos que organizaram a manifestação também não chegaram a um consenso sobre quantas pessoas participaram.

Por todo o país, os manifestantes saíram às ruas em clima de paz. A indignação estava em faixas, cartazes e bandeiras. Debaixo de sol e sem perder o bom humor, os brasileiros cobraram mudanças.

O verde e o amarelo estavam nas roupas, nas bandeiras e no rosto.

E os manifestantes repetiram as palavras de ordem dos dois últimos protestos: pelo impeachment, contra a corrupção, contra o governo e contra o PT.

“É contra o desmando, a corrupção, a ladroagem, a falta de honestidade do governo”, disse o farmacêutico Paulo Roberto.

Manifestantes levaram cartazes, faixas e fizeram coro contra o ex-presidente Lula e contra a presidente Dilma.

De Norte a Sul do país, muita gente manifestou apoio ao juiz Sérgio Moro, responsável Operação Lava Jato.

Em Brasília, os manifestantes se concentraram na Esplanada dos Ministérios e seguiram até o Congresso Nacional. Segundo os organizadores, eram 55 pessoas; 25 mil, segundo a PM.

Os brasilienses carregaram uma faixa enorme pedindo o impeachment. E exibiram um boneco do ex-presidente Lula vestido como presidiário.

Os manifestantes lembraram também dois escândalos de corrupção descobertos e investigados nos governos do PT: o mensalão e o desvio de dinheiro da Petrobras.

Teve gente que veio de longe para protestar. “Andamos 500 km, saímos de casa 3h da manhã para participar do manifesto acreditando que tem condição de a gente mudar o Brasil”, contou um rapaz.

A orla de Copacabana foi o palco do protesto no Rio de Janeiro. A Polícia Militar não calculou e os organizadores não se entenderam quanto ao número de manifestantes.

Nas ruas e nas janelas, os moradores protestaram contra a corrupção e pediram o impeachment da presidente Dilma.

“É o mínimo que a gente pode fazer. É demonstrar a nossa indignação diante desse cenário que a gente vive”, disse a advogada Maria Martini.

No meio da manifestação, um grupo defendeu o governo e foi vaiado.

Em Belo Horizonte, o protesto teve início na Praça da Liberdade e seguiu para a Praça da Savassi: 20 mil pessoas, segundo os organizadores; 6 mil, segundo a PM.

Ao contrário das outras manifestações, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, desta vez foi para a rua.

No interior de Minas, também houve protestos em Uberaba, Poços de Caldas e Juiz de Fora, entre outras cidades.

Na Grande Vitória, os manifestantes vestiram verde e amarelo e pediram o impeachment da presidente Dilma. Foram 70 mil pessoas, segundo os organizadores; 40 mil, segundo a PM.

Em Curitiba, os manifestantes foram para rua vestidos de verde amarelo, com bandeiras do Brasil e muitos cartazes e faixas pedindo o fim da corrupção e o impeachment da presidente Dilma.

"Eu protesto contra um governo que mentiu, que se elegeu em cima de uma plataforma e implantou uma totalmente diferente", contou o empresário Afonso Borgonova.

Tanto os organizadores quanto a Polícia Militar calcularam a participação de 60 mil manifestantes na capital paranaense.

Em clima pacífico, as pessoas pediam a saída da presidente Dilma e recolheram assinaturas em apoio a um projeto do Ministério Público contra a corrupção.

Em Porto Alegre, manifestantes levaram panelas e nariz de palhaço: 65 mil pessoas saíram às ruas, pelas contas dos organizadores; 30 mil, pelos cálculos da polícia.

O trânsito da Avenida Goethe, uma das principais de Porto Alegre, foi bloqueado para que os manifestantes pudessem sair em caminhada. Eles carregaram cartazes e faixas, com frases de ordem.

Em Florianópolis, 30 mil pessoas participaram da manifestação, segundo os organizadores; 26 mil, nas contas da polícia.

Em Fortaleza, os manifestantes fizeram até uma coreografia. Foram 50 mil pessoas, segundo os organizadores; 15 mil, de acordo com a Secretaria de Segurança.

Em Salvador, os organizadores estimam que 15 mil pessoas protestaram nas ruas.  A PM calcula que eram 5 mil.  A manhã de protestos começou com uma caminhada: os manifestantes saíram do Porto da Barra e caminharam até o Farol.

No Recife, os protestos contra a corrupção e o governo reuniram 50 mil pessoas, segundo os organizadores. A PM não calculou. Os manifestantes pediram o fim da corrupção e levaram para a rua um imenso boneco do juiz Sérgio Moro.

Em Maceió, 15 mil pessoas foram para as ruas, segundo os organizadores; 12 mil, segundo a PM.

Em Belém, 10 mil pessoas tomaram as ruas, segundo os organizadores. A PM calculou 5 mil manifestantes. Eles pediam o fim da corrupção, redução dos impostos e melhorias na educação. “Eu quero educação, o povo educado sabe votar”, disse uma senhora.

Três gerações se uniram no protesto. “Eu vim protestar pelo um país melhor para o futuro do meu filho”, contou uma mulher.

Em Goiânia, manifestantes de todas as idades enfrentaram sol forte para protestar. “Um momento como esse não deve ser perdido por ninguém”, disse o aposentado José Rodrigues.

Foram 70 mil manifestantes, de acordo com os organizadores; 10 mil, segundo a PM.

Em Cuiabá, o protesto foi na região central da cidade e reuniu 20 mil pessoas, de acordo com os organizadores; 14 mil, pelas contas da PM.

O MASP foi o ponto de encontro em São Paulo. O grupo de motociclistas chegou fazendo barulho.

Um homem foi hostilizado quando tentou colar um cartaz de apoio ao PT.

Duas horas antes dos protestos foram fechados pela polícia os acessos da Avenida Paulista, nos dois sentidos. Até a ciclovia, que é bastante usada aos domingos, foi fechada pelos policiais.

“Vim buscar melhores condições pro meu filho, que tem 7 anos”, disse uma manifestante.
“A gente tem que vir pra rua, tem que fazer barulho, tem que fazer eles nos ouvir”, disse outro.

O auge da manifestação foi por volta das 16h. O protesto ocupou dez quarteirões da Avenida Paulista. Do alto, com o Globocop, foi possível ver melhor o tamanho da manifestação na avenida.

Os grupos organizadores estimaram o público entre 900 mil e 1,5 milhão de pessoas. Segundo a Polícia Militar, foram 350 mil no pico, 75 mil a mais do que em abril.

O Datafolha contou 135 mil manifestantes – 35 mil a mais do que no protesto anterior, de 12 de abril.

Muitos pais trouxeram os filhos. Já um grupo de mulheres homenageou o juiz Sérgio Moro. “Nós queremos apoiá-lo e dizer que esse é o caminho da nação”, explicou uma senhora.

A manifestação contou com a presença de políticos. Os manifestantes levaram cartazes contra o ex-presidente Lula e estenderam faixas e bandeiras, pregando o impeachment.

A manifestação em São Paulo terminou sem nenhum incidente grave por volta das 17h30.

Também teve protesto em várias cidades do interior de São Paulo. “Nós temos que ensinar pros nossos filhos – que são o futuro dessa nação – que nós precisamos lutar por aquilo que acreditamos, aquilo que nós realmente achamos que é o correto”, disse um pai com a filha.

Em Campinas, 55 mil participaram da manifestação, pelos cálculos dos organizadores. A Guarda Municipal diz que eram 6 mil.

Em Ribeirão Preto, segundo os organizadores, 45 mil pessoas participaram do ato. A PM contou 40 mil.

O Hino Nacional foi ouvido a todo momento, no domingo de protestos de Norte a Sul do país.

O Instituto Lula divulgou uma nota sobre os protestos contra o ex-presidente. Afirma que Lula foi preso na ditadura porque defendia a liberdade de expressão e a organização política. Que o povo brasileiro sabe que ele só pode ser acusado de ter promovido a melhora das condições de vida e acabado com a fome de milhões de brasileiros. A nota diz ainda que Lula jamais cometeu qualquer ilegalidade antes, durante ou depois de seus dois governos.

Shopping
    busca de produtoscompare preços de