Apesar da baixa audiência, que fez com que a novela fosse encurtada em quase um mês, Ricardo Linhares, autor de Babilônia ao lado do mestre Gilberto Braga, faz um balanço positivo. "Foi uma novela forte e impactante, além de entreter, a telenovela deve propor discussão de temas relevantes", afirma o autor.
O que deu errado então? "Acho que a temática forte afastou uma parcela pequena de espectadores", diz Ricardo, garantindo que não se arrepende da supracitada cena de beijo entre as personagens de Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg, criticada por muitos. "Não me arrependo, e faria de novo. O público é conservador, mas o artista deve ousar, expandindo limites", afirma ele.
O grande mistério que agitou a novela na reta final foi em torno da morte de Murilo (Bruno Gagliasso). Na noite desta sexta-feira (28), o público descobriu que o assassino foi Otávio (Herson Capri). Tudo começou quando o executivo descobriu que Beatriz (Gloria Pires) tinha um caso com Murilo e, cego de paixão pela arquiteta, matou o badboy com um furador de gelo no dia do aniversário de Alice (Sophie Charlotte). "Sem ser visto – e sem ser convidado –, Otávio apareceu na boate e golpeou Otávio pelas costas", diz o autor, que em breve embarca para merecidas férias entre Dubai, Ilhas Maldivas e Índia e, na volta, supervisiona uma novela da faixa das 19h, que marca a estreia de uma nova autora, Maria Helena Nascimento. Ainda sem título definido, a estreia está prevista para o segundo semestre de 2016. Ricardo Linhares bateu um papo com a coluna:
Que balanço faz de Babilônia?
Foi uma novela forte e impactante, que abordou assuntos importantes como corrupção, religiosidade, homossexualismo, racismo e conflitos sociais. Na minha opinião, além de entreter, a telenovela deve propor a discussão de temas relevantes.
A que atribui a baixa audiência?
A temática forte afastou uma parcela pequena de espectadores, que fez a diferença para não repetirmos os números da novela antecessora. Mas o tema foi aprovado pela maioria do público.
Se tivesse que apontar os maiores erros e acertos, quais seriam?
Não cabe a mim fazer análise. Novela é como filho e tenho carinho e orgulho de Babilônia.
Ficou decepcionado pelas reações ao beijo entre Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg?
Não me arrependo, e faria de novo. As manifestações de aprovação foram maiores do que a rejeição. Nos grupos de discussão, que eu acompanhei, o casal foi aceito pelos espectadores. O público é conservador, mas o artista deve ousar, expandindo os limites.
Como vê o futuro do gênero?
As novelas deveriam ser mais curtas. A vida é dinâmica e o público quer novidades.
Qual seu próximo projeto?
Viajo para Dubai, Ilhas Maldivas e Índia. Depois, supervisiono uma novela das 19h para 2016, que marca a estreia de uma nova autora, Maria Helena Nascimento.