Economia

Lobão anuncia diretoria da estatal PPSA, que representará a União no pré-sal

Conforme O GLOBO antecipou, o escolhido para a presidência foi Oswaldo Pedrosa Júnior

No comando. Oswaldo Pedrosa Júnior assume a presidência da Pré-sal Petróleo S.A. (PPSA)
Foto: Agência Brasil/Valter Campanato
No comando. Oswaldo Pedrosa Júnior assume a presidência da Pré-sal Petróleo S.A. (PPSA) Foto: Agência Brasil/Valter Campanato

BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciou nesta segunda-feira a indicação de Oswaldo Pedrosa Júnior para a presidência da Pré-sal Petróleo S.A. (PPSA), a nova empresa estatal que representará os interesses da União na exploração do pré-sal. A indicação havia sido antecipada pelo site do GLOBO na quinta-feira.

Além de Pedrosa, Lobão apresentou hoje à imprensa outros três diretores da empresa: Edson Yoshihito Nakagawa, diretor técnico de fiscalização, vindo da GE; Renato Marcos Darros de Matos, diretor de gestão de contratos, vindo da Imetame; e Antonio Cláudio Pereira da Silva, diretor de administração, controle e finanças, vindo da Barra Energia Petróleo e Gás. Os nomes foram bem recebidos pelo mercado.

- São todos profissionais da mais alta categoria. Foram todos servidores da Petrobras, depois ganharam o rumo da iniciativa privada e são dirigentes de grandes empresas nacionais e internacionais. Todos com pós-graduação, doutorado, que foi o modelo estabelecido pela presidente Dilma (Rousseff) para que começássemos o processo de seleção - disse Lobão.

Oswaldo Antunes Pedrosa, de 63 anos, é engenheiro PhD formado pela Universidade de Stanford, na Califórnia. É aposentado pela Petrobras, onde trabalhou por 30 anos. Ingressou na Agência Nacional do Petróleo (ANP) no ano em que o órgão foi criado, em 1998. Desde 2010, está na HRT — onde é gerente executivo do campo de Polvo, no qual a petrolífera tem 60% de participação.

Diante do desafio de atender aos interesses da União diante de uma empresa de capital aberto, como a Petrobras, ou de outras gigantes internacionais, Pedrosa disse que tentará buscar uma "convergência" de interesses.

- Tem que existir convergência de interesses entre a PPSA e seus parceiros, aí incluída a Petrobras como operadora do pré-sal. Temos também a função de fiscalizar o operador, para garantir que os principais objetivos de uma empresa como essa sejam alcançados. O objetivo maior é buscar a maximização dos resultados tanto para parceiros quanto para a União. Agora, ao longo de nossa operação, sempre vai haver espaços e procedimentos de governança que vão permitir à PPSA buscar um entendimento no mais elevado nível possível com a operadora do pré-sal, que é a Petrobras.

A nomeação da diretoria da PPSA era cobrada pelo mercado antes do leilão do campo de Libra, o primeiro do pré-sal no modelo de partilha, que ocorrerá no dia 21 deste mês. A antecipação do nome pelo GLOBO serviu, segundo integrantes do ministério de Minas e Energia, para o governo "testar" o nome de Pedrosa e, desde a publicação, nenhuma objeção significativa do mercado surgiu contra ele. Depois do anúncio da diretoria no auditório do MME, Lobão levou a diretoria da PPSA ao Palácio do Planalto para conhecer a presidente Dilma Rousseff.

Dilma está ‘super empolgada’ com leilão de Libra

Lobão voltou a dizer que a expectativa do governo é elevada com relação ao leilão de Libra, previsto para a próxima semana. Ele manteve a previsão de que serão até quatro os consórcios que vão concorrer diretamente pelo direito à exploração.

- (A presidente) está super empolgada, eu estou super empolgado, nós todos estamos super empolgados. Achamos que vamos ter um maior número de consórcios concorrentes do que se previa no começo (até três). E estamos com convicção de que vai ter um grande êxito nesse leilão do dia 21, assim como houve no leilão passado. Podem ser de dois até quatro consórcios, mas no mínimo dois e acredito que deverá chegar a três.

O ministro de Minas e Energia falou mais uma vez sobre a possibilidade de um novo reajuste de energias neste ano, mas delegando a decisão ao colega Guido Mantega, da Fazenda.

- É decisão do conselho de administração da Petrobras, que é presidido pelo ministro da Fazenda, a um só tempo, com um olho direcionado para a inflação, com os interesses na economia, e com outro olho voltado para os interesses da Petrobras. O presidente do conselho, Guido Mantega, acenou com a possibilidade de até o final do ano haver um novo reajustamento. Estamos na convicção de que isso possa eventualmente acontecer.