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Novo chefe mostra otimismo e cogita "ir ao mercado" para reforçar a Ferrari

Marco Mattiacci afirma que equipe não desiste de título apesar do favoritismo da Mercedes e se diz aberto a contratar profissionais que agreguem valor à escuderia

Por Xangai, China

Pela primeira vez junto à pista, o novo diretor da Ferrari viu Fernando Alonso entre os melhores nas sessões de treino livre em Xangai – o espanhol foi o mais veloz na primeira tomada de tempo e ficou atrás apenas de Hamilton na segunda sessão. Entre observações e conversas com outros funcionários, Marco Mattiacci tirou suas impressões iniciais do desempenho da equipe e abriu várias possibilidades para o futuro próximo da escuderia. Além de expor sua crença na possibilidade de buscar o título da temporada da Fórmula 1, o dirigente deixou claro que pode recorrer ao mercado em busca de profissionais que agreguem valor à equipe.

Marco Mattiacci ferrari (Foto: Getty Images)Marco Mattiacci acompanha os treinos livres desta sexta-feira em Xangai (Foto: Getty Images)


Chefe executivo da marca na América do Norte, Mattiacci chegou à Ferrari na última segunda-feira para substituir Stefano Domenicali. Com Alonso em quarto e Kimi Raikkonen apenas em 12º lugar no Mundial de Pilotos, o italiano assumiu a culpa pelos maus resultados e deixou a escuderia. Seu sucessor, mesmo que sem experiência na Fórmula 1 e ainda tomando ciência do universo que o cerca, mostrou-se confiante em uma mudança de rumos nas pistas.

Marco Mattiacci, novo chefe da Ferrari, no primeiro treino livre para o GP da China (Foto: Getty Images)Mattiacci observa desempenhos de Alonso e Raikkonen (Foto: Getty Images)

- Não acho que vamos desistir. Nossa meta é reduzir ao máximo a diferença que temos para o líder, que no momento é a Mercedes. Todos vocês (imprensa) conhecem a corrida melhor do que eu, e há muitas variáveis que podem influenciar uma volta, uma corrida ou um campeonato. Mas esta é a quarta corrida. É ainda muito cedo para tomar decisões, e nosso objetivo é diminuir essa diferença o mais rápido possível para a Mercedes. Mas não é uma tarefa fácil – admitiu, em entrevista ao site da revista "Autosport".

Para tornar o time competitivo, Mattiacci cogita todo tipo de investimento. Não apenas no material físico e técnico já à disposição, mas também para buscar novos colaboradores. Tudo, claro, apenas após uma ampla avaliação das necessidades, pontos fortes e fracos da equipe.  

- Vamos discutir coisas com o presidente (Luca di Montezemolo), e vamos fazer o que tiver que ser. Mesmo ir ao mercado, mas com a clara ideia de que não seria apenas por uma questão de compras. Seria somente se achássemos alguém que agregaria extremo valor para o time, que nós consideramos ser um dos de nível mais alto da Fórmula 1. Esta é a filosofia, nós faremos o que for preciso.

Mattiacci achou que ligação de Montezemolo fosse brincadeira

Durante a entrevista concedida no paddock na China, Miattiacci revelou que recebeu a proposta de Montezemolo na última sexta-feira. Durante os primeiros minutos da conversa, ele não levou o conteúdo a sério. Quando realmente entendeu a dimensão das palavras que vinham do outro lado da linha, já estava até com as passagens para a Itália compradas.

- Eu moro em Nova York e recebi uma ligação às 5h58 da manhã. O presidente estava no telefone e me disse "Esta é minha ideia". Eu disse a ele que o 1º de abril tinha sido uns 15 dias. Mas então, depois do segundo ou terceiro minuto de discussão, eu entendi que era sério. E eu soube que já havia um ticket emitido em meu nome para ir de Nova York para Milão dali a algumas horas.

Horários Circuito GP da China (Foto: Editoria de arte)
Circuito Circuito GP da China (Foto: Editoria de arte)