Foi no sufoco e com um tênis abaixo daqueles dos seus melhores dias, mas o suíço Roger Federer seguiu adiante no Masters 1000 de Monte Carlo. No início da tarde desta sexta-feira (horário de Brasília), o número quatro do mundo venceu, de virada, o francês Jo-Wifried Tsonga, por 2 sets a 1, parciais de 2/6 e 7/6(6) e 6/1, em 2h25m. Mas para avançar à semifinal contra o sérvio Novak Djokovic, o ex-número um do ranking da ATP teve que ser muito forte mentalmente para superar as 17 oportunidades de quebra de serviço desperdiçadas ao longo do duelo, de um total de 19. O suíço ainda deixou de aproveitar dois set points no tie-break do segundo set, quando vencia por 6/4.
Federer solta golpe do fundo da quadra durante duelo contra Tsonga (Foto: Getty Images)O JOGO
Com um aproveitamento superior a 80% até o quarto game, os tenistas não tinham dificuldades em confirmar seus serviços, em um duelo com poucas trocas de bolas. Porém, no quinto, a história mudou. Sem conseguir encaixar o primeiro serviço, Tsonga sofreu com as devoluções de Federer, cometeu alguns erros não forçados e permitiu ao adversário dois break points - um deles veio através de uma passada com muita classe do ex-número um do mundo. Porém, no fim, o saque entrou e, após dez minutos de disputa, o francês manteve a igualdade (2 a 2).
O susto no game anterior ligou o alerta em Tsonga, que foi para dentro de Federer, com um jogo muito intenso, de poucas trocas de bolas, quebrando o saque do suíço, até então absoluto no duelo. O revés perturbou o quarto melhor tenista da atualidade, que passou a errar em demasia - foram 16 erros não forçados -, principalmente em seu backhand (11). Bom para Tsonga, que quebrou o serviço do oponente por duas vezes consecutivas, fechando o primeiro set em 6/2.
Federer desperdiça dez break points, mas vence segundo set no tie-break
O apagão de Federer após o quarto game do primeiro set ficou para trás no início da segunda parcial. Novamente sacando bem e subindo mais à rede, o suíço fechava os seus serviços de maneira mais tranquila do que o francês. O problema é que Roger não conseguia aproveitar suas chances de quebra, o que o irritava muito. Só no terceiro game, ele despediçou três das oito de toda a partida até então. Para completar sua contrariedade, um juiz de linha marcou uma bola fora, voltando atrás segundos depois, permitindo a Tsonga ter um novo primeiro saque, quando fez 2 a 1.
Depois de empatar em 2 a 2, Federer teve mais duas oportunidades de quebrar o serviço do seu oponente no quinto game. Mas como em todo o resto do duelo, o cenário continuou o mesmo e ele jogou para fora suas chances, permitindo ao francês respirar e liderar por 3 a 2. No sexto game, foi a vez de Tsonga ter um break point a seu favor e despediçá-lo. Muito irritado com o seu tênis, a falta de decisão e ainda com os juízes, que cantavam as bolas com muito atraso, Federer não incomodou o saque do adversário na sétima parcial, como fazia anteriormente.
Tsonga salvou 14 break points, mas não resistiu ao mental de Roger Federer (Foto: Getty Images)A superioridade do sacador caminhou até o décimo primeiro game, quando o suíço teve seu décimo break point do set. Mais uma vez, o roteiro foi o mesmo. Federer não era ameaçado no seu serviço, mas tampouco conseguia quebrar o do francês. Assim, o segundo set acabou indo para o tie-break. Arrojado, Federer abriu frente, chegou ao set point em 6/4, com um saque a seu favor, mas permitiu o empate de Tsonga. O francês voltou ao serviço, mas foi Federer quem deu números finais à parcial ao fazer 8/6.
Enfim, o suíço consegue a quebra sobre Tsonga e vence a partida
Depois de fazer 1 a 0 no seu serviço, Federer teve a 15ª oportunidade de quebrar Tsonga, já no segundo game do terceiro set. E assim o fez, talvez, no ponto decisivo mais difícil de todos. Sendo atacado e se defendendo como conseguia, o número quatro do mundo salvou uma paralela sobre a linha e devolveu no fundo, complicando o rival e tomando conta das ações. O fato inédito no duelo veio, enfim, com um smash junto à rede: 2 a 0.
Se o suíço se manteve firme psicologicamente com todos os obstáculos que enfrentou na partida, Tsonga sentiu o baque. A derrota no set anterior e a quebra de seu saque arrebentaram o mental do tenista, que não se achou mais em quadra e passou a ser presa fácil de Federer: 6/1, mas não sem antes desperdiçar um match point.
CORREÇÃO: diferentemente do publicado anteriormente nesta matéria, Roger Federer desperdiçou 17 e não 14 break points na partida contra Jo-Wilfried Tsonga. O equívoco foi publicado às 12h52 e corrigido às 13h28.