Economia

Setor de serviços cresce 9,6% em setembro

No trimestre, receita bruta nominal desacelerou para 8,4%

RIO -A receita nominal do setor de serviços no Brasil cresceu 9,6% em setembro de 2013, em relação a igual mês de 2012, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada nesta terça-feira pelo IBGE, superior às taxas observadas em agosto (6,6%) e julho (9,1%). No ano, a alta é de 8,4% e nos últimos 12 meses, chega a 8,7%.

No mês passado, a demanda de serviços por empresas impulsionou o índice. Os serviços profissionais, administrativos e complementares (consultoria a empresas), subiram 9,0%; Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, avançaram 12,1%. Serviços de informação e comunicação tiveram alta de 8,1%. Já os serviços prestados às famílias, que pesam menos na estrutura do índice, registraram variação de 9,5%.

— O setor teve uma recuperação de três pontos percentuais em relação agosto. As atividades que mais pesam apresentaram crescimento, como o setor de transportes, serviços prestados a empresas e Serviços de Informação e Comunicação. No caso de Transporte de carga, pode-se dizer que houve um aquecimento da demanda do setor agrícola e industrial — afirma Roberto Saldanha, técnico do IBGE.

Já no terceiro trimestre, o panorama foi de desaceleração. A receita bruta nominal passou de uma alta de 9,2%, no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para avanço de 8,4%. Segundo Saldanha, a perda de fôlego atingiu os serviços demandados por empresas. O grupo de Transportes passou de 11,2% para 10,9%, na mesma base de comparação. Serviços profissionais (consultorias) passaram de 9,1% para 8%. Serviços de Informática passaram de 7,8% para 6,6%. Somente os Serviços prestados a famílias aceleraram de 10,3% para 11,3%.

— Houve um desaquecimento da demanda empresarial. Quando as empresas reduzem sua demanda, isso demonstra que houve uma redução dos negócios — afirma Saldanha.

A economista Renata Carvalho, do grupo da Sondagem de Serviços do Ibre, afirma que em um exercício preliminar de deflacionar o índice, usando o deflator implícito do PIB, o setor de serviços tem alta de apenas 0,03% no terceiro trimestre. No segundo trimestre, registrou alta de 0,8% em termos reais.

— Percebemos uma desaceleração do setor ao longo de 2013, com uma tendência de declínio, segundo as nossas sondagens. Isso está ligado à desaceleração do mercado de trabalho e à apreensão dos empresários em relação à economia. Há uma aumento de incerteza e fica difícil visualizar um horizonte — afirma ela.

No ano, o segmento Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio acumulam o maior crescimento (10,9%), com destaque para os Transportes aéreo e aquaviário, com crescimento de 17,8% e 17,3%, respectivamente. Neste confronto, os Serviços prestados às famílias registraram o segundo maior crescimento acumulado, com 10%, em que os Serviços de alojamento e alimentação cresceram 10,7%. Os Serviços profissionais, administrativos e complementares registraram crescimento acumulado de 8,2%, os Serviços de informação e comunicação, 6,8% e Outros serviços, 5,0%.

Incorporação ao PIB

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do terceiro trimestre deste ano vai trazer informações mais completas e precisas sobre o comportamento do setor de serviços, afirma o instituto. O IBGE irá incorporar ao cálculo do PIB a sua nova pesquisa mensal de serviços, que começou a ser divulgada este ano e que, por enquanto, mede apenas a receita do setor.

- Com certeza haverá um impacto no resultado porque passamos a ter uma informação mais completa -, disse a economista do IBGE Rebeca Palis. - Não dá para dizer ainda se o impacto será grande ou não. - reitera.

A série histórica do PIB será recalculada desde o início do ano passado. A divulgação do PIB do terceiro trimestre está agendada para o dia 3 de dezembro. O setor de serviços respondeu em 2012 por 68% da riqueza produzida no país.

Palis ressalta que a pesquisa mensal de serviços será mais um elemento para o cálculo do desempenho do setor dentro do PIB, e que as referências e fontes anteriores não serão descartadas.

- Teremos uma informação adicional importante sem abandonar as anteriores -, afirmou ela. O "pedaço" do PIB de serviços que vai incorporar novas informações incluiu serviços de transportes, informação e parte do segmento "outros serviços", incluindo alojamento, alimentação e hotelaria.